Companheiros,
Apedido da coordenação do F6, retransmito nota pública
da Associação dos Pós-Graduandos da USP/Capital.
Nota
da Coordenadoria da Associação dos Pós-Graduandos da
USP/Capital (21
de maio de 2010).
Preocupada com a preservação do respeito mútuo entre a
Reitoria da USP e as entidades representativas de
professores, funcionários e estudantes, a APG-Capital vem a
público enfatizar a necessidade de um
efetivo e
respeitoso diálogo no seio da comunidade universitária,
tendo em vista que as últimas declarações do reitor da USP
à imprensa só tem contribuído para agravar as tensões, tão
prejudiciais às atividades de pesquisa dos pós-graduandos.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, em 8 de maio, o Reitor
João G. Rodas afirmou haver mercenários dentro da USP, de
alta estatura e envergadura, amedrontando fisicamente as
pessoas. Depois, acrescentou: que o pessoal do sindicato,
isso é comprovável, não são só eles, existem pessoas
contratadas por eles as dezenas, que fazem, por assim dizer,
grande parte do serviço sujo. Dada a gravidade
dessas e outras acusações, faz-se necessária a devida
apresentação de provas, até então desconhecidas.
Durante a entrevista, os dois radialistas e o Reitor da USP
passaram a nomear os funcionários em greve como invasores e
pessoas inescrupulosas, responsáveis por jogar o nome da USP
no lixo. Consideramos lamentável que o Reitor da USP tenha
investido todo o seu poder e responsabilidade em uma
estratégia de desqualificação de seus opositores políticos,
como já havia feito em artigo publicado na Folha de S.
Paulo e em entrevista ao programa Provocações.
Na Rádio, o Reitor, mais uma vez, resolveu criminalizar os
opositores e se reportar, genericamente, à sociedade: “peço
que a sociedade verifique, mande ver, porque realmente nó
estamos fazendo da Universidade de São Paulo os morros do
Rio de Janeiro, guetos, e com o tempo, ficarão absolutamente
impraticáveis, se é que já não estão. A
preconceituosa associação entre o crime e os morros do Rio
de Janeiro, analisada e posta em questão há anos por
diversas pesquisas de Ciências Humanas, torna-se ainda mais
grave quando utilizada pelo Reitor da maior universidade do
país com o intuito de questionar o legítimo direito de greve
dos funcionários.
Chamamos a atenção para os graves efeitos
de uma declaração de tal
teor, emanada do mais alto cargo da Universidade. Além do já
exposto, o Reitor da USP investiu, ainda, na instauração de
um clima de medo, absolutamente estranho ao cotidiano da
comunidade universitária, ao afirmar que a USP é uma terra
de ninguém ou sugerindo até mesmo a instalação de uma placa
na entrada da Universidade com os dizeres: entre por sua
conta e risco.
Manifestamos o nosso repúdio a criação de um clima
artificial de medo e insegurança, criado justamente pelo
autor do parecer que autorizou a entrada da PM no campus.
Desde que a Força Tática da Polícia Militar deixou a
Universidade em 2009, após lançar bombas de gás sobre chefes
de departamento, professores e alunos (grevistas e não
grevistas), cessou-se, entre nós, qualquer motivo para
insegurança.
Espera-se do Reitor da USP o cumprimento de suas
responsabilidades como gestor público. Isto implica em
uma posição ativa nas reuniões de negociação entre o Cruesp
e o Fórum das Seis, contribuindo para a sinalização de um
meio termo capaz de dar fim à greve e permitir a reabertura
das bibliotecas, dos restaurantes e dos demais serviços
essenciais à pesquisa e ao ensino. O silêncio absoluto do
Reitor da USP na última reunião de negociação, no dia 18 de
maio, contrasta com a disposição manifestada em suas
recentes declarações à imprensa.
Receosos de que a curta era do diálogo seja substituída por
uma era do medo, a APG-Capital reafirma sua convicção de que
a única saída existente para os conflitos no seio da
comunidade universitária é a
efetiva
negociação e o
efetivo respeito as
diversas entidades representativas de funcionários,
professores e estudantes.
APG/USP-capital
Associação dos Pós-graduandos da USP-Capital
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