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Terça, 08 de Junho de 2010 às 11h38 ( Atualizado em 08/06/2010 às 12h02 )

Servidores da Unesp mobilizam campus da Odonto por campanha salarial

Outras universidades do Estado já estão em greve; na cidade, servidores não falam em paralisação

Por Raphael Pena
 

Servidores da Unesp Araraquara deram continuidade à manifestação contra a quebra da isonomia dos salários dos docentes e dos funcionários técnicos-administrativos nas três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp).

Cerca de 45 servidores estiveram em frente ao Campus da Faculdade de Odontologia, no Centro da cidade, nesta terça-feira pela manhã, para distribuir uma carta aberta a professores, alunos e à população.

Os manifestantes exigem aumento salarial no mesmo índice concedido aos docentes há quatro meses e que não foi repassado aos servidores técnicos. A igualdade dos reajustes, de acordo com o documento entregue, é realidade desde 1988 e foi abolida neste ano pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), que concedeu 6% de reajuste exclusivo aos docentes em fevereiro, três meses antes da data base.

Chegado o mês de maio, o Cruesp ofereceu 6,57% de aumento para todos, docentes e técnicos-administrativos. "Assim, os professores tiveram reajuste de quase 13% e nós, apenas 6,57%", cobra Aluizio Monteiro Júnior, servidor da FCL da Unesp.

Mais manifestações estão programadas para esta semana em Araraquara.

Greve

Em Araraquara ainda não se fala em paralisação, mas outras unidades da Unesp já estão em greve. A USP também tem setores parados e unidades da Unicamp já aderiram ao movimento grevista.

Segundo a carta aberta distribuída ontem pela manhã, "para que o sistema universitário paulista possa continuar forte e coeso, é imprescindível a manutenção da isonomia salarial entre os segmentos, entre as universidades e entre as áreas do conhecimento."

Cruesp

Em comunicado publicado na internet, o Cruesp informa que "o reajuste de 6,57%, concedido em 2010 pelo Cruesp nos salários dos servidores técnico-administrativos e docentes preserva o poder aquisitivo de nossos profissionais com aumento acima da inflação do período, ao mesmo tempo em que mantém o indispensável equilíbrio financeiro das universidades".

Sobre a quebra da isonomia, a alegação do órgão é que "desde 1996 a carreira dos servidores técnico-administrativos passou por duas reestruturações, o que significou um investimento superior a 6% do total da folha de pagamento.

Essas reestruturações foram exclusivas para a carreira dos servidores técnico-administrativos, não sendo estendidas à carreira docente". E que "a reestruturação da carreira docente, realizada em fevereiro de 2010, tornou-se imprescindível para preservar a qualidade de ensino e a competitividade salarial das Universidades Estaduais Paulistas frente às outras universidades públicas"