Usar lâmpadas fluorescentes é uma decisão
em prol do planeta |
Matéria publicada dia: 29/01/08
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Diversos países vêm implantando políticas de
substituição de lâmpadas incandescentes por
fluorescentes. Essa intervenção pública no que, a
princípio, seria decisão exclusiva de cada consumidor
obedece a uma motivação importante: promover eficiência
energética. A redução do consumo nesse campo tem impacto
positivo sobre o meio ambiente, na medida em que são
minimizadas - ou ao menos desaceleradas - as
necessidades de geração de energia.
A Austrália, por exemplo, pretende interromper a venda
de incandescentes até 2010 e proibir a comercialização
de lâmpadas que não cumpram as metas de economia de
energia. O Canadá deve banir a venda das lâmpadas
tradicionais até 2012, como parte do plano de diminuir
em 20% a emissão de gás do efeito estufa até 2020. Na
Venezuela, o Governo substituiu 53 milhões de lâmpadas
incandescentes por fluorescentes em mais de 95% dos
domicílios. Já nos Estados Unidos, as ações acontecem
isoladamente, em alguns Estados como a Califórnia, que
trabalha para interromper a venda de incandescentes até
2012, além de Hawai e New Jersey, cujas legislações
propõem substituir as lâmpadas tradicionais pelas
fluorescentes em prédios públicos até 2010.
No Brasil, tramita no Congresso um Projeto de Lei
proposto pelo deputado Arnon Bezerra (PTB/CE), de maio
de 2007, que prevê a proibição da fabricação, importação
e comercialização em todo o país de lâmpadas
incandescentes a partir de 2010.
Não se sabe ainda para que lado caminha a proposta, a
ser submetida ainda a várias Comissões da Casa, mas,
além dela, contabilizam-se no país alguns esforços
interessantes. No caso específico das lâmpadas
fluorescentes compactas, desde 13 de dezembro passado,
passou a ser obrigatória, na embalagem, a existência da
etiqueta ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de
Energia), acompanhada de um selo do Inmetro e do Procel,
informando o consumidor sobre a luminosidade e a
potência do produto, a fim de assegurar sua qualidade e
nível de eficiência.
O Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica), nascido em 1985 para combater o desperdício e
reduzir os custos e os investimentos do setor, em 1993,
instituiu o Selo Procel de Economia de Energia, que
indica ao consumidor eletrodomésticos mais econômicos em
termos de consumo de energia.
As distribuidoras de energia têm ainda um compromisso
com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) em
investir uma porcentagem de seus faturamentos na compra
e distribuição gratuita de lâmpadas fluorescentes
compactas com Selo Procel para uso doméstico. Há também,
dentro deste acordo, o compromisso de investirem parte
do faturamento no programa Reluz (Programa Nacional de
Iluminação Pública Eficiente), que realiza a troca do
sistema de iluminação pública das prefeituras do Brasil.
O consumidor brasileiro, contudo, ainda tem relutância
em aderir às lâmpadas fluorescentes, sobretudo em função
de seu preço, mais caro em relação às tradicionais.
O que está por trás dessa resistência, porém, é a
desinformação. Cerca de 80% mais econômica e com
durabilidade dez vezes maior que a incandescente, o uso
da fluorescente diminui a conta de luz. A troca de uma
só lâmpada comum de 60W, modelo mais consumido nas
residências brasileiras atualmente, por uma fluorescente
de 15W, gera uma economia de R$ 2 em um mês. Embora a
fluorescente tenha um custo médio de R$ 8, em quatro
meses o consumidor recupera o investimento. O restante
da vida útil da lâmpada, portanto, representa lucro.
Esses cálculos, que deveriam ser disseminados de uma
maneira mais pulverizada pelo próprio governo, acabam
divulgados apenas pelo setor fabricante de lâmpadas mais
econômicas que, nesse caso, legisla saudavelmente em
causa própria.
A empresa de iluminação Golden Plus, por exemplo, está
empreendendo uma campanha por todo o país para
conscientizar o consumidor sobre a vantagem de utilizar
lâmpadas fluorescentes compactas em comparação com as
incandescentes.
Pertencente ao Grupo Paulista Business, a companhia foi
fundada em 90, inicialmente como importadora de
produtos. Três anos depois, viu uma oportunidade no
setor de iluminação, ingressou nesse mercado e criou a
marca Golden Plus.
`A Golden Plus detectava uma possibilidade de crescer
nesse setor, ao mesmo tempo em que a China entrava nesse
campo com possibilidade de praticar preços aqui bem mais
competitivos que o praticado pelas fábricas nacionais`,
diz a AmbienteBrasil o diretor comercial da empresa,
Ricardo Cricci.
`Uma vez que a substituição das incandescentes pelas
lâmpadas eletrônicas é inevitável, é preciso que o
consumidor entenda as vantagens nesta troca`, pondera
ele. Com esse objetivo, a empresa está distribuindo
folhetos e explicando os benefícios da fluorescente aos
consumidores que passam pelos supermercados, casas de
material de construção e de material elétrico espalhadas
pelo país.
Mas com cerca de 50% dos lares brasileiros ainda usando
lâmpadas incandescentes, muito há que ser feito para
explicar à população sobre a importância da substituição
por lâmpadas econômicas.
De qualquer maneira, aos poucos, essa conscientização
vai se concretizando. O país já consome aproximadamente
11 milhões de lâmpadas fluorescentes por ano. `Só em
2007, o consumo das fluorescentes compactas no mercado
brasileiro foi 20% a 25% maior em relação ao ano
anterior, índice que deve continuar aumentando com a
crescente preocupação das pessoas em relação à
eficiência energética e à contribuição que cada um pode
dar para reduzir os efeitos do aquecimento global`,
acredita Cricci.
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Fonte: AmbienteBrasil, por Mônica Pinto |
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