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São Paulo, 21 de maio de 2007
JORNAIS
O Estado de S.Paulo
Entrevista
'Decretos do governador são sim uma interferência'
Francisco Miraglia Neto: Vice-presidente da Adusp e
dirigente do Fórum das Seis
Há risco para a autonomia das universidades?
A gente entende os decretos do governador como sendo, sim, uma interferência na autonomia. A argumentação que os reitores colocam é que eles trabalharam para que os decretos se tornassem inócuos e que a autonomia seja mantida como sempre foi. Mas então eu pergunto, para que decretos se nada se modifica? O discurso deles fica em termos como 'por enquanto não há temores'. A reação que os reitores e a comunidade acadêmica tiveram não propiciou a criação de um momento político propício para ser feito o que está nos decretos. Mas eles não
foram revogados, então podem ser usados em um momento mais favorável.E sobre o Siafem?
No início de maio, os reitores mandaram um ofício ao secretário da Fazenda pedindo que a sistemática dos recursos não fosse alterada. Cada universidade permaneceria com sua conta única, para onde o dinheiro seria transferido mensalmente, e isso foi aceito. O que estava em discussão era se a conta única do Siafem seria passível de contingenciamento. Se ficasse na conta única, precisaria pedir empenho de verba, ficar retido, o que não acontece hoje. O que mudou é que elas agora têm de fazer a escrituração em tempo real da sua execução orçamentária, o que toma tempo que poderia ser usado para outros
fins. Temos ainda um entendimento diferente dos reitores sobre o fim da carta do secretário, que afirma que o governo busca um regime adequado para os remanejamentos orçamentários. Achamos que há intenção do governo de mudar isso, o que compromete a autonomia.A prestação de contas é ruim?
As universidades devem dar satisfações à sociedade, devem ser transparentes, mas isso não é contrário a ser autônomo. Ter autonomia significa ter controle e assumir responsabilidades pelo que faz.