O Estado de S.Paulo

03/03
Vida&
Educação
Reitor discute criação de colégio de aplicação em SP
Ricardo Westin

Os reitores das universidades estaduais de São Paulo (USP, Unesp e Unicamp) decidiram ontem que tomarão medidas para melhorar a qualidade das escolas públicas do ensino básico do Estado. Criarão um grupo de trabalho que se dedicará a encontrar meios de integrar universidades e escolas, para aumentar o acesso dos alunos ao ensino superior.

O grupo de trabalho será criado na semana que vem, por meio de um decreto do governador José Serra (PSDB), e terá ainda como membros o secretário estadual do Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, e a da Educação, Maria Lucia Vasconcelos.

Uma das idéias é que as universidades fiquem responsáveis por escolas. No Rio, a universidade federal (UFRJ) e a estadual (Uerj) têm seus colégios de aplicação, reconhecidos pela qualidade. Em São Paulo, há a idéia de que a antiga Escola Caetano de Campos seja um “colégio de excelência” ligado a uma das universidades. O prédio, no centro de São Paulo, abriga hoje a Secretaria de Estado da Educação.

Outras propostas são a criação de estágios para que os jovens alunos participem de trabalhos nos laboratórios das universidades e que os professores das escolas sejam capacitados dentro das instituições. O grupo de trabalho oferecerá sugestões ao governo na elaboração de políticas públicas. “Queremos acabar com o divórcio entre universidade e ensino básico”, diz Pinotti.

CRISE CONTORNADA

Ontem também foi eleito o novo presidente do Conselho de Reitores (Cruesp), José Tadeu Jorge , da Unicamp. No começo do ano, o governador decidiu que esse posto seria sempre do titular da recém-criada Secretaria do Ensino Superior. Os reitores acusaram o governo de interferir na autonomia universitária. Diante das queixas, Serra voltou atrás.