Unesp abrirá
unidade na
zona leste
Instituição
vai oferecer
5 mil vagas
em cursos
técnicos e
superiores
tecnológicos;
alunos da
região são
prioridade
Renata
Cafardo
A
Universidade
Estadual
Paulista
(Unesp) já
tem pronto e
aprovado
pelo seu
conselho um
projeto para
criação de
um novo
centro de
cursos de
nível médio
técnico e
superior
tecnológico.
A previsão é
de que a
unidade
tenha 5 mil
vagas por
ano e seja
na zona
leste da
cidade, em
um terreno
da
Prefeitura.
O reitor da
Unesp,
Marcos
Macari, quer
que somente
jovens
moradores da
região
possam
estudar nos
novos
cursos. “A
intenção é
fazer
inclusão.
Não faremos
isso se
abrirmos
para pessoas
de alto
poder
aquisitivo”,
diz.
Além disso,
alunos do
ensino médio
do novo
centro
poderiam
ingressar
para o nível
superior -
tecnológico
ou acadêmico
- da Unesp
sem passar
pelo
vestibular
convencional.
O exame da
instituição
é um dos
mais
concorridos
do País, com
até 100
candidatos
por vaga.
A unidade na
zona leste
deverá ser
uma parceria
entre a
universidade,
o governo
estadual -
que
financiaria
o
desenvolvimento
e a
manutenção
da unidade -
e municipal
- que daria
o local e a
infra-estrutura.
Macari prevê
o início do
funcionamento
para 2010,
caso Estado
e Prefeitura
aprovem o
documento
até o
segundo
semestre de
2008.
O projeto do
Centro de
Convenções e
Educação
Profissional
da Unesp, de
125 páginas,
foi entregue
neste mês ao
governador
José Serra e
aos
secretários
do Ensino
Superior e
do
Planejamento.
O valor da
construção é
de R$ 230
milhões,
incluindo
prédio,
mobiliário e
laboratórios.
Outros R$ 60
milhões por
ano seriam
necessários
para manter
a unidade.
Segundo a
assessoria
do
governador
Serra, o
projeto será
analisado em
janeiro,
depois de
conversas
com a
Prefeitura.
O prefeito
Gilberto
Kassab ainda
não recebeu
o documento
final ,
apesar de
ter sido
informado ao
longo do
processo.
Macari conta
que a idéia
surgiu em
uma conversa
em 2006,
quando Serra
era ainda
prefeito e
Kassab,
vice. “Fui
chamado para
uma
conversa, o
então
prefeito
queria que a
Unesp
tivesse uma
atuação na
zona leste”,
diz. Na
ocasião, já
foi indicado
um terreno
em Itaquera
para a
provável
construção.
O local tem
24 mil
metros
quadrados e
fica perto
da estação
Corinthians/Itaquera
do Metrô
(ver
quadro).
CURSOS
A proposta
da Unesp é
ter 15
cursos
técnicos,
entre eles
Circuitos
Digitais,
Agente de
Turismo,
Logística,
Recursos
Humanos e
Tecnologia
da
Informação.
Para
ingressar
nos cursos,
o jovem deve
estar pelo
menos no 2.º
ano do
ensino médio
convencional.
Haverá um
processo
seletivo
específico
para o
centro. O
curso terá
três anos de
duração -
segundo o
projeto, o
último deles
poderá ser
feito
concomitantemente
com o 1.º
ano de um
curso
superior
tecnológico,
também
oferecido no
local.
Essa
modalidade
de nível
superior -
voltada para
o mercado e
com duração
entre dois e
três anos -
tem crescido
no País nos
últimos
anos. São
atualmente
287 mil
alunos, 355%
a mais do
que no ano
2000. A
maior parte
está em
instituições
privadas.
Com a nova
unidade, a
Unesp será a
primeira
entre as
universidades
públicas
paulistas e
oferecer
formação
tecnológica
superior. A
previsão é
de haver
cursos em
áreas como
Design,
Gestão,
Negócios,
Infra-estrutura,
Lazer, Saúde
e
Comunicação.
Cursos de
ensino médio
técnico
também
aumentam no
País a cada
ano. Segundo
números mais
recentes do
Ministério
da Educação
(MEC),
existem
cerca de
3.200
estabelecimentos
que oferecem
esse nível
de ensino.
São 747 mil
alunos, 20%
deles
estudando em
escolas
estaduais.
Estudantes
de colégios
técnicos
costumam ter
desempenho
melhor em
exames
nacionais do
que os que
cursam o
ensino
público
regular.
A Unesp já
oferece
cursos
técnicos em
Bauru,
Guaratinguetá
e
Jaboticabal
- a
concorrência
nos
vestibulinhos
passa dos
nove
candidatos
por vaga. O
projeto na
zona leste
prevê também
Educação de
Jovens e
Adultos (EJA),
o antigo
supletivo,
cursos de
pós-graduação
e
especialização,
capacitação
de
professores,
cursinhos
pré-vestibular
e atividades
de arte,
teatro e
música. “Se
der certo, o
centro pode
ser
reproduzido
em outros
locais da
cidade”, diz
o reitor.
O interesse
na oferta
pública de
educação na
zona leste
de São Paulo
- que tem
cerca de 4
milhões de
habitantes -
começou em
2001 quando
a
Universidade
de São Paulo
(USP)
iniciou seu
projeto de
criação de
um campus no
local. Na
época, a
região tinha
dezenas de
universidades
privadas e
nenhuma
pública.
A USP Leste
entra em seu
quarto ano
de
funcionamento
em 2008, com
cerca de 4
mil alunos.
Uma
Faculdade de
Tecnologia (Fatec)
também foi
construída
pelo governo
estadual na
região.