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No
Estado, faltam garantias financeiras |
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O
projeto de expansão das três universidade estaduais paulistas
começou em 2002 e aumentou em cerca de 30% o número de vagas públicas
no Estado. O projeto mais emblemático foi o novo campus da
Universidade de São Paulo (USP) na zona leste da capital, que
começou a funcionar em 2005. Atualmente, reitores e governo
discutem como garantir financeiramente a consolidação dessa
expansão. 'O maior investimento até agora foi para erguer os
prédios', diz a reitora da USP, Suely Vilela. Até hoje, a
expansão foi feita com verbas complementares ao orçamento,
destinadas pelo governo ano a ano, conforme os projetos
apresentados pelas universidades. Foram R$ 265 milhões entre
2002 e 2005. A USP recebeu grande parte dessa verba e criou mais
de 2 mil vagas e 20 cursos. Suely e seus colegas da Universidade
Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), no entanto, defendem um aumento definitivo no orçamento
para manter os novos cursos funcionando.
Atualmente, as três instituições recebem do governo 9,57% da
arrecadação do ICMS do Estado. O veto do governador Geraldo
Alckmin ao aumento desse porcentual originou uma greve em
setembro do ano passado.
No fim dela, acordos garantiram aumento do índice em 0,1% e
promessas de outras mudanças futuras. Mas nada disso foi
sacramentado porque a Lei do Orçamento do Estado para 2006
ainda não foi votada pela Assembléia Legislativa. A previsão
é que isso aconteça até o fim deste mês.
Segundo o secretário estadual adjunto de Ciência e Tecnologia,
Fernando Dias Menezes, só o crescimento da economia já garante
que as universidades terão mais verbas nos próximos anos, já
que seus orçamentos são vinculados ao ICMS. Mesmo assim, ele
diz que está sendo negociado um aumento de 0,35% no porcentual.
Dele, 0,05% deve ser destinado ao novo campus da Unicamp, em
Limeira, o que representa cerca de R$ 20 milhões. 'Não dá
para continuar expandindo sem dinheiro novo', diz o reitor José
Tadeu Jorge. Desde 2002, a instituição já criou 900 vagas em
seus vestibulares e serão mais mil em Limeira. Um terreno de
500 metros quadrados deve abrigar cursos de Engenharia,
Administração e Licenciatura, entre outros. A previsão é de
contratar 150 professores e 80 funcionários técnico-administrativos.
'Cada professor doutor em regime de dedicação exclusiva custa
mais de R$ 100 mil por ano', diz o reitor da Unesp, Marcos
Macari. A instituição criou nos últimos anos sete unidades
pelo interior do Estado - em Dracena, Rosana, Tupã, Ourinhos,
Itapeva, Sorocaba e Registro - e ampliou cursos já existentes.
O aumento foi de 1.799 vagas.
Macari assumiu no início de 2005 e teve de acabar com um
problema acarretado pela expansão. Para economizar recursos, a
antiga gestão havia colocado nas novas unidades os chamados
professores conferencistas, que não tinham vínculo com a
Unesp, não faziam pesquisa nem extensão. 'Eles davam as aulas
e iam embora', diz. Agora, já foram contratados 60 professores
e são necessários outros 150. R.C. |
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