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Conselho de saúde ataca "terceirização"
e já cogita entrar com ação no STF
Deputado federal ligado à área prevê "trâmite
difícil" do projeto no Congresso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do CNS (Conselho Nacional de Saúde),
Francisco Batista Júnior, afirmou ontem que, caso a entidade não consiga
derrubar no Congresso o projeto de lei de criação de fundações estatais para
gerir serviços públicos, irá entrar com uma ação de inconstitucionalidade
contra a lei no STF (Supremo Tribunal Federal).
Júnior afirma que a proposta "terceiriza" a administração dos hospitais e
não resolve os problemas que ele reconhece existir no SUS (Sistema Único de
Saúde). Isso porque, para ele, as fundações também teriam vícios, como a
indicação política de administradores e a má gestão de recursos públicos.
Ele classificou ainda como um "profundo desrespeito com o controle social" a
elaboração da proposta sem que o conselho tenha sido ouvido. No último dia
14, os conselheiros rejeitaram a proposta do governo. O ministro afirmou que
a crítica era precipitada.
Anteontem, dia em que o projeto foi enviado ao Congresso, Temporão foi a uma
reunião do conselho, mas não mencionou o envio do projeto.
Jovita Rosa, diretora da Unasus (União Nacional dos Auditores do SUS),
também criticou o projeto por ele não atacar o que ela considera como os
principais problemas do SUS: a falta de um plano de carreira e a má
remuneração dos servidores.
Presidente da Frente Parlamentar de Saúde, o deputado federal Rafael Guerra
(PSDB-MG) também diz acreditar que o projeto do governo não dispõe sobre o
principal problema do SUS, que, para ele, é o financiamento. Para Guerra, a
proposta terá "um trâmite difícil". |