12/06/2007 - 22h03m - Atualizado em 22/06/2007 - 23h07m
Em assembléia
realizada na noite desta terça-feira (12),
estudantes da Universidade de São Paulo
(USP) decidiram manter a greve e aprovaram
em votação um indicativo para encerrar a
ocupação do prédio da reitoria, que acontece
desde o dia 3 deste mês. Às 22h, os alunos
analisavam as condições para a saída dos
manifestantes.
Os estudantes se reuniram desde as 18h15 em
frente à sede da administrativa da USP, na
Rua da Reitoria, na Zona Oeste da capital
paulistana. Cerca de 400 estudantes
participaram da assembléia. O fim da greve
não foi votado, pois a mesa diretora que
coordenava a assembléia afirmou não ter
recebido nenhuma proposta para encerrar o
movimento grevista.
A discussão sobre o fim da ocupação foi
objeto de polêmica. Estudantes que
participaram da reunião enviaram duas
propostas principais para serem votadas:
manutenção da ocupação ou “indicativos” para
deixar o prédio desde que a reitora Suely
Vilela mantivesse o atendimento de parte dos
17 itens da pauta de reivindicações.
Após aprovar o indicativo, os alunos ainda vão votar nesta noite quais das 17 reivindicações serão consideradas essenciais para serem levadas para a reitora, ainda sem data para acontecer. Se Suely aceitar todas essas condicionantes, eles desocupam o prédio sem haver necessidade de consulta aos demais estudantes. Mas se ela aceitar parte das reivindicações, nova assembléia será realizada para decidir sobre a desocupação.
Às 21h55, foi colocada
em votação a proposta de que os
estudantes se colocassem contra ou a favor o
indicativo de ocupação. Apesar da mesa ter
reconhecido que a maioria optou pelo
indicativo de desocupação, alunos
insatisfeitos reclamaram que não houve
contraste para que fosse apontada a maioria
favorável ao fim da manutenção dos alunos no
prédio. A votação foi refeita e foi mantido
o resultado.
Após a aprovação, os alunos discutem as
condições - chamadas por eles de pauta
vinculante - para que o prédio seja entregue
para a administração da universidade. Às
22h, a assembléia discutia se havia
necessidade de nova assembléia para
referendar o resultado ou se os alunos vão
apenas cobrar o atendimento das propostas
oferecidas pela reitora em reuniões.
O grupo aprovou também
em votação o pedido de direito de resposta
ao jornal “O Estado de S. Paulo”
sobre reportagem publicada no domingo (10)
que, segundo os estudantes, acusou
injustamente o grupo de ser comandado por
partidos políticos, movimentos sociais e
Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).
Entretanto, os universitários foram
contrários à sugestão colocada em análise
para que alunos sem ligação com partidos
políticos participassem da entrevista
coletiva agendada pelo sindicato para a
tarde de quarta-feira.
A discussão a respeito da presença dos
partidos políticos esteve presente desde
antes do início da assembléia. Por cerca de
30 minutos, os alunos discutiram sobre a
formação da mesa diretora para que ela fosse
formada apenas por jovens sem ligação com
partidos e até mesmo com estudantes ligadas
ao Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Durante a assembléia, alunos do curso de audiovisual realizaram a gravação de um vídeo manifesto. Um estudante leu uma carta, cujas frases foram repetidas pelos estudantes. No texto, o grupo defende a importância do atendimento gratuito para a população nas áreas de saúde, transportes, segurança, moradia e direito à terra.