USP e Unicamp aprovam novo secretário de Ensino Superior
Reitor da Unicamp diz que ele é um “fator de tranqüilidade”.
Suely Vilela, da USP, afirma que Carlos Vogt está “gabaritado”.
Anunciado como novo secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo, Carlos Vogt, atual presidente do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) foi visto com bons olhos pelos reitores das universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp).
Por nota, a reitora da USP, Suely Vilela, afirmou que o novo secretário está “plenamente gabaritado” para assumir o posto e que “sua trajetória acadêmica demonstra uma inquietação constante pela busca da excelência na universidade”.
Já o reitor da Unicamp e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), José Tadeu Jorge, enfatizou a participação de Vogt na “implantação do projeto de autonomia das universidades estaduais paulistas, em 1989”. Também por nota, Jorge afirmou que sua presença é “um importante fator de tranqüilidade para a comunidade universitária e para a sociedade”.
Vogt, como José Aristodemo Pinotti (DEM), o secretário anterior, foi reitor da Unicamp -ele dirigiu a universidade de 1990 a 1994. Natural de Sales Oliveira (SP), Vogt é graduado em letras pela USP, cursou o mestrado e parte do doutorado na França e defendeu sua tese do doutoramento na Unicamp. Como professor da instituição, ingressou em 1969.
Após o término do seu mandato na reitoria da Unicamp, criou o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e o Instituto Uniemp – Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa.
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) disse que o reitor da instituição não se manifestaria.
Apesar de ter passado sete meses da gestão Pinotti na secretaria, Suely não quis emitir sua avaliação: “Em razão do curto espaço de tempo que o secretário dr. Pinotti permaneceu no cargo, não disponho de subsídios suficientes para fazer uma criteriosa avaliação de sua gestão. Entretanto, é preciso ressaltar que o secretário sempre esteve aberto ao diálogo com a Universidade”, disse ela.
Para os estudantes e professores do ensino superior paulista entrevistados pelo G1 o principal problema é a própria criação da secretaria. “Acho que neste momento, da demissão dele, a sociedade tem que refletir sobre qual o papel dessa secretaria para o ensino público paulista”, afirmou o universitário Carlos Gimenez, que participou da ocupação da reitoria da USP.
Para o professor Otaviano Helene, representante do Fórum das Seis (entidade que congrega as organizações sindicais das três universidades) e presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), é preciso atentar para a forma como o governo paulista trata a educação.