Copa adia início de greve na USP
Os professores e funcionários das três universidades estaduais paulistas reivindicam 7% de reajuste salarial e mais verbas para a educação em todos os níveis. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno de Carvalho, a "perda histórica" da categoria é de 62%.
Os reitores ofereceram na reunião de negociação do mês passado apenas 0,75% de reajuste, aplicado sobre o salário de maio. Em setembro, seria mais 1,79%. Segundo a proposta, se a arrecadação do ICMS do Estado atingisse um valor R$ 40,6 bilhões, esse segundo índice seria também retroativo a maio. A negociação ocorre sempre de forma conjunta, por meio do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), presidido atualmente pela reitora da USP, Suely Vilela. No entanto, a USP, isoladamente, concedeu aumento de vale-alimentação e creche no dia 24 de maio.
Os grevistas também pedem aumento de 30% para 33% do total do investimento estadual em educação (básica, profissional e superior). Com isso, subiria dos atuais 9,57% para 11,6% o índice aplicado à arrecadação do ICMS que é destinado para USP, Unesp e Unicamp.
Essa é a mesma exigência do ano passado, quando as três instituições pararam por cerca de 20 dias e fizeram sucessivos protestos na Assembléia Legislativa. A mudança no índice chegou a ser aprovada pelos deputados, mas em seguida foi vetada pelo então governador Geraldo Alckmin. Isso levou a mais manifestações, porém não houve reversão do veto.
Apesar de a greve estar marcada para começar amanhã, parte dos campus de Ribeirão Preto e de Rio Claro da USP já pararam. Uma manifestação foi marcada para amanhã, reunindo grevistas das três universidades, na reitoria da USP. Outro protesto será realizado na Assembléia Legislativa no dia 14. "Se ficarmos parados, não teremos nem salário nem qualidade do ensino no Estado", diz Carvalho.
Unicamp e Unesp - Os professores da Unicamp realizam hoje a assembléia que decidirá se a categoria irá aderir à greve. Ontem a mobilização e o número de adesões entre os professores ainda não eram grande. Apesar disso, o presidente da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), Mauro Antonio Pires Dias da Silva, se diz confiante na paralisação. Ele afirma que, mesmo com a falta de mobilização, os professores não estão satisfeitos com a proposta oferecida. "Acho que está faltando vontade política para negociar", diz.
O Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) afirma que os servidores da universidade entrarão em greve a partir de quinta-feira. "É preciso ter um pouco mais de boa vontade do Cruesp", diz João Mendonça, diretor do STU.
A Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) acena com a possibilidade de a categoria cruzar os braços a partir de quinta-feira. Das 23 unidades da universidade, duas estão paradas ou parcialmente paradas.
No campus de Marília a greve atinge professores e funcionários. Em Rio Claro a paralisação é parcial. Por enquanto as aulas estão sendo mantidas, mas todas as outras atividades, como as administrativas, foram suspensas. "A proposta que o Cruesp fez é um insulto", diz Milton Vieira do Prado Júnior, presidente da Adunesp.