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São Paulo, 19 de Abril de 2007
Portal Universia
19/04
CSN implanta projeto de reciclagem do Instituto de Química da UNESPDesde o final de fevereiro, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vive uma experiência inédita na produção de aço com a reciclagem da lama de altos-fornos e aciaria. O processo, que permite o reaproveitamento de até 80 mil toneladas de resíduos por ano, é o resultado de três anos de pesquisa do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), do Instituto de Química da UNESP, campus de Araraquara, e da própria CSN.
No processo, o conteúdo metálico das "lamas" geradas no processo de produção e refino de aço, é reciclado e volta para a produção. Segundo Élson Longo, diretor do CMDMC, é acrescentado à lama, basicamente formada por argila, óxido de ferro e carvão mineral (carbono) em pó. Da mistura são feitas esferas (do tamanho de bolinhas de gude) que são submetidas a uma temperatura de 1000o-C. Nesta temperatura, a água e outras matérias voláteis evaporam.
"O produto é ferro metálico, fruto da reação do carbono com o óxido de ferro. Este ferro metálico, matéria prima do aço, volta para o processo produtivo. Conseguimos reciclar 70% de todo o resíduo da produção, que até então era um grande problema para as siderúrgicas", explicou Longo. "O meio ambiente e a empresa são os maiores beneficiados com projetos inovadores como este. Nós pesquisadores recebemos o mérito e subsídios para desenvolver outras pesquisas", declarou.
Ao todo, o processo permite reciclar e reaproveitar cinco mil toneladas por mês de lama de auto-forno e 1,5 mil toneladas por mês de lama de aciaria, o que corresponde à recuperação de cerca de 70% dos resíduos gerados nos auto-fornos. O projeto foi objeto de pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Além do pesquisador, participam do projeto os pesquisadores José Arana Varela (IQ/UNESP), Edson Leite (UFSCar), Walter Luiz da Costa Reis, gerente geral de processos siderúrgicos da CSN e André Tarcizo de Oliveira Vieira. Coordenador de gestão de resíduos da CSN. A nova meta do grupo é conseguir reciclar os 30% dos resíduos que ainda não são aproveitados.