Simone Harnik
Em São Paulo
Estudantes e funcionários da
Universidade de São Paulo (USP)
e homens da Polícia Militar
entraram em confronto na entrada
principal do campus da Cidade
Universitária (zona Oeste da
capital) por volta das 17h desta
terça-feira (9).
De acordo com universitários, o
confronto teria começado na rua
principal da USP. Estudantes
informaram que policiais
presentes no campus foram
provocados com gritos e palavras
de ordem por manifestantes. Um
grupo de policiais em
motocicletas viram a cena e
pediram reforço. A tropa da
força tática, então, foi
acionada.
Não é possível precisar se a
ação da força tática ocorreu
antes ou depois de agressões de
alunos. No início do confronto,
universitários atacavam pedras e
garrafas na direção da PM. Em
resposta, a tropa jogava bombas
de efeito moral e disparou balas
de borracha contra os
manifestantes.
O Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência recebeu pelo menos
dois policias feridos. Um
estudante foi encaminhado para o
Hospital Universitário.
09/06/2009
- 19h01
Estudante da USP fica
ferido em confronto com a polícia e vai para hospital
OTÁVIO PINHEIRO
colaboração para a
Folha Online
Ao menos um estudante ficou ferido durante
confronto com a Polícia Militar durante protesto ocorrido na tarde
desta terça-feira na USP, zona oeste de São Paulo. O jovem, que não
teve a identidade revelada, foi atingido por uma bomba de efeito
moral e levado ao Hospital Universitário com ferimentos leves.
A manifestação começou no início desta tarde.
Ao menos duas pessoas foram detidas, informou a Polícia Militar.
Porém, o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) diz que o
número de detidos chega a dez.
Por volta das 19h, a polícia continuava no
local e o clima entre os manifestantes era tenso. A PM não soube
informar quantas pessoas participam do protesto, que reivindica a
retirada da polícia da cidade universitária.
O confronto teve início à tarde, quando
manifestantes teriam atacado os policiais militares com pedras e
paus. O sindicato de funcionários, entretanto, nega que os
manifestantes tenham iniciado e diz que a PM que deu início à briga
ao atirar bombas de efeito moral.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia
de Tráfego) o portão 1 de acesso à USP --localizada na rua
Alvarenga-- chegou a ser bloqueada pelos manifestantes por mais de
uma hora. Porém, por voltadas 19h a via havia sido liberada,
informou o órgão.
Protestos
Conforme o Sintusp (sindicato dos
funcionários), o ato envolveria alunos, funcionários e professores
da USP, Unesp e Unicamp, convocados pelo Fórum das Seis --que
representa funcionários, professores e estudantes das três
universidades paulistas.
O grupo pede a reabertura das negociações com
o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais
Paulistas) e a retirada da PM do campus da USP. Desde o dia 1º,
policiais militares permanecem na USP para evitar que funcionários,
em greve desde 5 de maio, bloqueiem a entrada de prédios, incluindo
o da reitoria, impedindo a entrada dos que não apoiam a greve, que é
parcial.
Os grevistas querem reajuste salarial de 16%,
mais R$ 200 fixos, além do fim de processos administrativos contra
servidores e alunos que participaram de protesto anterior --que
resultou em dano ao patrimônio.
Em resposta à permanência da PM, professores e
alunos, que não haviam aderido à paralisação, decidiram entrar em
greve na última quinta-feira. Nesta terça, o governador José Serra
(PSDB) afirmou que o governo cumpre uma ordem judicial e, por isso,
mantém a PM na universidade.
"A questão é a seguinte: o governo está
cumprindo ordem judicial. A reitora pediu segurança e o governo não
tem outra alternativa se não cumprir a ordem judicial dada por um
juiz", disse.
As negociações entre o Cruesp e o Fórum das
Seis estão paradas desde 25 de maio. Na ocasião, um grupo de
estudantes invadiu a reitoria após os reitores impedirem parte dos
alunos e um sindicalista de participar da reunião.
09/06/2009 - 20h50
Comissão de professores e alunos tem
reunião com reitora da USP para negociar saída da PM
Simone Harnik
Em São Paulo
Atualizada às 00h59 de
10/6
Uma comissão formada por professores e alunos entrou na reitoria
da USP, por volta das 20h20 para negociar com a reitora Suely
Vilela a saída da PM da Cidade Universitária, no Butantã, em São
Paulo.
Estudantes e funcionários entraram em confronto com a Polícia
Militar no final da tarde desta terça (9).
A comissão é formada por cinco professores, três estudantes e
dois deputados. "Viemos aqui no sentido de fazer de tudo para
que os ânimos se acalmem", disse Sandra Nitrini, diretora da
FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas).
Enquanto isso, os estudantes estão em assembleia no prédio da
História para decidir os próximos passos do movimento.
Segundo a assessoria de imprensa da USP, a reitora Suely Vilela
passou o dia no campus e tem se mantido em contato com os
diretores das unidades e outros professores.
Conflito no campus
Estudantes e funcionários
da Universidade de São Paulo (USP) e homens da Polícia Militar
entraram em confronto na entrada principal do campus da Cidade
Universitária (zona Oeste da capital) por volta das 17h.
De acordo com universitários, o confronto teria começado na rua
principal da USP. Estudantes informaram que policiais presentes
no campus foram provocados com gritos e palavras de ordem por
manifestantes. Um grupo de policiais em motocicletas viram a
cena e pediram reforço. A tropa da força tática, então, foi
acionada.
Não é possível precisar se a ação da força tática ocorreu antes
ou depois de agressões de alunos. No início do confronto,
universitários atacavam pedras e garrafas na direção da PM. Em
resposta, a tropa jogava bombas de efeito moral e disparou balas
de borracha contra os manifestantes.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência recebeu pelo menos
dois policias feridos. Um estudante foi encaminhado para o
Hospital Universitário.
09/06/2009 - 22h11
Manifestantes
detidos em confronto da USP devem fazer exame de corpo de delito
Guilherme Balza
Em São Paulo
Durante o confronto
ocorrido nesta terça-feira (9) na USP (Universidade de São
Paulo), a polícia militar deteve o ex-funcionário e líder do
Sintusp (Sindicato dos trabalhadores da USP) Claudionor Brandão,
o funcionário Celso Luciano Alves da Silva e o estudante José
Ailton Dutra Júnior, aluno do curso de história da instituição.
Eles foram detidos no 93º Distrito Policial por desacato,
desobediência e resistência à prisão e já foram liberados.
Os três manifestantes afirmaram que iriam para o IML (Instituto
Médico Legal) para fazer exame de corpo de delito. Segundo eles,
os três apresentam hematomas que foram causados pelos policiais
durante os protestos. Na delegacia, foi lavrado um TCO (Termo
circunstanciado de ocorrência), documento que registra infrações
de menor potencial ofensivo.
09/06/2009 - 22h30
Vice-reitor garante à comissão que
PM vai sair do campus
Simone Harnik
Em São Paulo
Atualizada às 00h57 de 10/6
Segundo a comissão de professores e alunos que estava em
negociação com a reitoria, o vice-reitor Franco Lajolo garantiu
a saída da PM da universidade. A reunião terminou por volta das
21h30 desta terça (9).
Participou da conversa ainda o chefe de gabinete da reitoria da
USP, Alberto Carlos Amadio. A reitora Suely Vilela não esteve
presente.
Ainda segundo a comissão, ficariam no campus apenas quatro
viaturas policiais para fazer a segurança da reitoria. Segundo o
Major Kenji, cinco viaturas passarão a noite na USP. "Viemos com
a missão de proporcionar a segurança da reitoria", disse. Até o
fim da noite, permaneciam no campus dez carros da polícia.
"A comissão veio falar com a reitoria sobre a desgraça que
aconteceu hoje e houve um compromisso de que mandariam a PM
embora e de não chamarem a PM se os piquetes forem de
convencimento e não de ocupação", contou a professora Zilda
Iokoi, do Núcleo de Estudos da Intolerância.
Segundo o professor do IME (Instituto de Matemática e
Estatística), Marcos Magalhães, "a reunião conseguiu [uma
solução] em tempo imediato; podíamos ter [tido] uma morte aqui".
Ele ainda conta: "quando fomos tentar negociar com o coronel, um
soldado atirou ua bomba na nossa direção, [por isso] viemos
dialogar para acalmar os ânimos".
Segundo os deputados Carlos Gianazzi (PSOL) e Raul Marcelo (PSOL),
a responsabilidade da reitoria sobre o acontecimento é "total".
Eles integraram a comissão de negociação com a reitoria.
09/06/2009 - 23h35
Estudantes da USP
decidem passar a noite no campus; ato está marcado para quarta
Simone Harnik
Em São Paulo
Atualizada às 00h36 de
10/6
Em assembleia, estudantes da USP (Universidade de São Paulo)
decidiram passar a noite na universidade em "vigília". Havia
cerca de 700 alunos reunidos no prédio da História na noite
desta terça (9).
Eles também votaram por fazer um ato em frente da reitoria às 6h
da manhã da quarta. Ao meio-dia, os estudantes marcaram
concentração em frente ao prédio da reitoria de onde pretendem
seguir em direção à avenida Paulista. Os atos são em protesto ao
confronto que aconteceu hoje entre manifestantes e homens da PM
(Polícia Militar).
A Adusp, associação que representa os docente da USP, agendou
uma assembleia da categoria para a manhã de quarta, às 10h no
auditório da Geografia. Em nota, os professores mostraram
repúdio a "ação violenta da PM".