O
deputado Geraldo Vinholi (PDT), 2.º secretário da Mesa
Diretora da Assembléia Legislativa, promoveu na tarde desta
quarta-feira, 3/8, um encontro entre representantes das diversas
entidades do funcionalismo e os parlamentares da Casa, pela votação
e aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
02/2004.
A PEC, de autoria de Vinholi e subscrita por diversos deputados,
modifica o inciso XII do artigo 115 da Constituição Estadual,
dando-lhe a seguinte redação: “Fica fixado como limite único,
no âmbito de qualquer dos poderes, do Tribunal de Contas e do
Ministério Público do Estado, para fins do disposto no art.
37, XI, da Constituição Federal, o subsídio mensal, em espécie,
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, limitado
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal.”
Na prática, a PEC 02/2004 adapta a Constituição do Estado de
São Paulo às alterações em andamento na Constituição
Federal, uma vez que a Proposta de Emenda Constitucional 77,
denominada “PEC paralela”, já foi aprovada no Senado e
deverá em breve passar por uma nova votação e ser aprovada na
Câmara dos Deputados.
Para o deputado Vinholi, o substitutivo proposto possibilita a
concretização do subteto único de remunerações no serviço
público estadual e pretende que o regramento da matéria acolha
o estabelecimento de critério uniforme de limite único para o
universo de seus servidores públicos, respeitando o princípio
da simetria constitucional entre o Estado e a União. “A atual
forma de remuneração, com limites diferentes de subteto e a
ocorrência de casos em que, para que se respeite o texto como
se encontra hoje, funcionários públicos de carreira tiveram
seus salários reduzidos, nos levou não apenas a apresentar a
propositura, mas à certeza de que a luta pela sua aprovação
em plenário, bem como o trabalho de convencimento junto aos
demais deputados são mais do que justos”, diz Vinholi.
Durante a reunião, que foi aberta pelo presidente da Casa,
deputado Rodrigo Garcia, e presidida pelo deputado Geraldo
Vinholi, várias foram as manifestações dos representantes das
entidades do funcionalismo no sentido da necessidade da aprovação
da PEC.
O presidente da Casa, deputado Rodrigo Garcia, destacou que a
reunião foi uma espécie de síntese do espírito desta Mesa da
Assembléia, em que se busca ouvir as opiniões, debater e
votar. “O parlamento deve ser o eco dos anseios da
sociedade”, disse, afirmando ainda que a Casa não deve ter
nenhum preconceito em relação aos temas e às discussões.
“Temos os argumentos expostos aqui, da justiça e da restituição
de direitos. Se essa ou outra propositura é do interesse da
sociedade, são fundamentais o debate e o voto do deputado em
plenário. Cada vez mais, o Brasil precisa de segurança
institucional. E é isso que nós vamos perseguir”, defendeu.
O presidente lembrou que tramita também na Assembléia, por força
da Constituição, o Projeto de Lei 413/2005, de autoria da Mesa
Diretora, que altera o subsídio mensal do governador, do
vice-governador e dos secretários de estado.
De acordo com o deputado Geraldo Vinholi, a aprovação da PEC
02/2004 seria uma solução definitiva para os salários dos
funcionários públicos, achatados por conta do atual subteto.
“Não se trata simplesmente da correção dos salários, mas
de se corrigir uma injustiça que foi cometida com os funcionários
públicos. São pessoas que escolheram uma carreira, trabalharam
durante anos e agora tiveram um corte nos salários a que têm
direito. É uma causa nobre e precisamos trabalhar pela sua
aprovação”, justificou o deputado que dividiu com os
representantes de entidades do funcionalismo presentes a
responsabilidade pelo convencimento dos demais parlamentares
sobre a importância da aprovação da matéria
Os aspectos do texto atual da Constituição e as alterações
propostas foram explicados pelo deputado federal João Eduardo
Dado.
Antônio Tuccilio, presidente da Associação dos Funcionários
Públicos do Estado de São Paulo (Afpesp), que congrega a
grande maioria dos servidores públicos do estado, explicou que
a aprovação da PEC não resultará em um acréscimo maior do
que 1% na folha de pagamento do Executivo, longe, segundo ele,
portanto, da margem prudencial que deve existir. No caso do
Legislativo, haveria um reflexo, na folha de pagamento, de
acordo com ele, que não chegaria a 3%. “Mas como o Poder
Legislativo tem um orçamento de 3% da despesa corrente líquida
do estado e só gasta 1% disso, mesmo com esse acréscimo,
ficaria longe de seu limite”, afirmou.
Apoios
Os deputados presentes, muitos deles signatários da PEC
02/2004, declararam seu apoio ao que consideram, também, uma
justa reivindicação dos funcionários públicos estaduais.
Estiveram presentes à reunião os deputados Edson Ferrarini,
Cel. Ubiratan Guimarães, Ricardo Castilho, Wagner Salustiano,
Rosmary Corrêa, Paulo Sérgio, Vaz de Lima, Rafael Silva, e
Adriano Diogo, o único a não declarar seu voto favorável à
PEC e seu empenho pessoal no convencimento dos demais
parlamentares, mas que não se eximiu de participar de discussões
sobre o assunto, explicando, inclusive, que seu partido, o PT,
teria algumas ressalvas técnicas a fazer, não chegando a
afirmar ser contra a matéria. E os ex-deputados Tonico Ramos,
Abrahim Dabus, Ademar de Barros Filho, Hélio César Rosas e
Jacob Pedro Carolo.
Entidades do funcionalismo
Compareceram ao encontro em defesa da PEC 02/2004 diversos
representantes de entidades do funcionalismo público estadual,
entre eles: João Eduardo Dado Leite de Carvalho, deputado
federal e presidente do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas
do Estado de São Paulo (Sinafresp); José Martins Leal,
presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São
Paulo (Sindpesp); Paulo Eduardo de Barros Fonseca, presidente da
Associação dos Procuradores Autárquicos do Estado de São
Paulo (Apaesp); Nicola Pasqual Vulcano, vice-presidente da
Associação dos Engenheiros do Departamento de Águas e Energia
Elétrica (Aedaeesp); Teruo Massita, presidente da Associação
dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Afresp);
Luiz Carlos dos Santos, coronel da reserva e presidente da
Associação dos Oficiais da Polícia Militar (AOPM); Antonio
José Maffezoli Leite, presidente do Sindicato dos Procuradores
do Estado, das Autarquias, das Fundações e das Universidades Públicas
do Estado de São Paulo (Sindiproesp); Helio César Rosas,
ex-deputado estadual e federal e presidente da Associação
Nacional de Defesa dos Combustíveis Renováveis (Anadecor);
Laureano de Andrade Florido, procurador chefe da Procuradoria
Jurídica do Departamento de Águas e Energia Elétrica, da
Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras; José
Carlos Gonçalves, presidente da Associação dos Funcionários
da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Afalesp);
Tonico Ramos, ex-deputado e diretor do Departamento Sindical
(Desin), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp).
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