Diógenis
Santos
 |
Merss
assinala que os servidores devem vir ao Congresso agora. "Não
adianta fazer greve na hora errada, em maio." |
O relator-geral do Orçamento
2006, deputado Carlito Merss (PT-SC), cobrou hoje uma atuação mais
forte dos servidores públicos federais no Congresso a fim de conseguir
recursos para o aumento salarial da categoria. Segundo Merss, o momento
de fazer isso é agora, quando deputados e senadores estão discutindo a
proposta orçamentária.
"Não adianta fazer uma greve longa na hora errada, em abril ou
maio. Os servidores precisam aprender isso e fazer pressão neste
momento. Eles têm que estar aqui, no Congresso", disse o
relator-geral, em entrevista coletiva.
Merss lembrou a atuação das centrais sindicais, que em agosto do ano
passado, quando a proposta do Orçamento foi enviada ao Congresso,
iniciaram um movimento pelos reajustes do salário mínimo e da tabela
do Imposto de Renda (IR). Na semana passada, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva anunciou o novo mínimo de R$ 350 e o reajuste da tabela
do IR em 8%. "As centrais fizeram certo", avaliou o
relator-geral.
A proposta orçamentária deste ano já separou R$ 1,5 bilhão para o
reajuste do funcionalismo. O Executivo quer mais R$ 3,5 bilhões,
dinheiro considerado necessário para zerar as perdas salariais dos
servidores federais no governo Lula.
Reestimativa
Estes R$ 3,5 bilhões viriam da reestimativa de receita calculada pela
Comissão Mista de Orçamento - que ficou em cerca de R$ 10 bilhões. O
problema é que R$ 6,6 bilhões já foram reservados para a concessão
dos reajustes do salário mínimo e da tabela do IR. Além disso, o Orçamento
precisa separar dinheiro para o Fundeb e para ressarcir os estados
atingidos pela Lei Kandir.
A expectativa do relator-geral é que uma segunda reestimativa de
receita, que será anunciada após a aprovação dos relatórios
setoriais, encontre mais recursos para atender todas essas demandas.
Infra-estrutura
Merss informou também que o deputado José Priante (PMDB-PA) ainda não
entregou o relatório setorial referente à área de infra-estrutura. O
deputado quer mais R$ 250 milhões para atender às emendas
apresentadas, mas o relator-geral disse que não tem de onde tirar
dinheiro agora. A área já recebeu R$ 800 milhões para as emendas.
A fim de resolver o impasse, Priante poderá incluir a demanda nas
"indicações" ao relator-geral, nome pelo qual são
conhecidas as reivindicações consideradas importantes mas não
atendidas com dotações suficientes. Caberá a Merss, após a aprovação
dos relatórios setoriais e com a segunda reestimativa de receita nas mãos,
encontrar os recursos para atendê-las, definindo as prioritárias.
Reunião
Hoje, a partir das 19 horas, a Comissão Mista de Orçamento volta a se
reunir para discutir os relatórios setoriais. O presidente da comissão,
senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), avisou que, se for preciso, haverá
reunião pela manhã e à tarde, nesta semana, para apressar a votação
do Orçamento 2006.
Reportagem - Janary Júnior
Edição - Sandra Crespo
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência)
Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br
A Agência também utiliza material jornalístico produzido pela Rádio,
Jornal e TV Câmara. RCA
|