Tempo Real - 30/1/2006 16h29
Merss cobra pressão dos servidores públicos no Congresso
Diógenis Santos
Merss assinala que os servidores devem vir ao Congresso agora. "Não adianta fazer greve na hora errada, em maio."

O relator-geral do Orçamento 2006, deputado Carlito Merss (PT-SC), cobrou hoje uma atuação mais forte dos servidores públicos federais no Congresso a fim de conseguir recursos para o aumento salarial da categoria. Segundo Merss, o momento de fazer isso é agora, quando deputados e senadores estão discutindo a proposta orçamentária.
"Não adianta fazer uma greve longa na hora errada, em abril ou maio. Os servidores precisam aprender isso e fazer pressão neste momento. Eles têm que estar aqui, no Congresso", disse o relator-geral, em entrevista coletiva.
Merss lembrou a atuação das centrais sindicais, que em agosto do ano passado, quando a proposta do Orçamento foi enviada ao Congresso, iniciaram um movimento pelos reajustes do salário mínimo e da tabela do Imposto de Renda (IR). Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o novo mínimo de R$ 350 e o reajuste da tabela do IR em 8%. "As centrais fizeram certo", avaliou o relator-geral.
A proposta orçamentária deste ano já separou R$ 1,5 bilhão para o reajuste do funcionalismo. O Executivo quer mais R$ 3,5 bilhões, dinheiro considerado necessário para zerar as perdas salariais dos servidores federais no governo Lula.

Reestimativa
Estes R$ 3,5 bilhões viriam da reestimativa de receita calculada pela Comissão Mista de Orçamento - que ficou em cerca de R$ 10 bilhões. O problema é que R$ 6,6 bilhões já foram reservados para a concessão dos reajustes do salário mínimo e da tabela do IR. Além disso, o Orçamento precisa separar dinheiro para o Fundeb e para ressarcir os estados atingidos pela Lei Kandir.
A expectativa do relator-geral é que uma segunda reestimativa de receita, que será anunciada após a aprovação dos relatórios setoriais, encontre mais recursos para atender todas essas demandas.

Infra-estrutura
Merss informou também que o deputado José Priante (PMDB-PA) ainda não entregou o relatório setorial referente à área de infra-estrutura. O deputado quer mais R$ 250 milhões para atender às emendas apresentadas, mas o relator-geral disse que não tem de onde tirar dinheiro agora. A área já recebeu R$ 800 milhões para as emendas.
A fim de resolver o impasse, Priante poderá incluir a demanda nas "indicações" ao relator-geral, nome pelo qual são conhecidas as reivindicações consideradas importantes mas não atendidas com dotações suficientes. Caberá a Merss, após a aprovação dos relatórios setoriais e com a segunda reestimativa de receita nas mãos, encontrar os recursos para atendê-las, definindo as prioritárias.

Reunião
Hoje, a partir das 19 horas, a Comissão Mista de Orçamento volta a se reunir para discutir os relatórios setoriais. O presidente da comissão, senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), avisou que, se for preciso, haverá reunião pela manhã e à tarde, nesta semana, para apressar a votação do Orçamento 2006.

Reportagem - Janary Júnior
Edição - Sandra Crespo


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