Por unanimidade, a
Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou, nesta
quarta-feira (11), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
42/03, de autoria do senador Pedro Simon (PMDB-RS), possibilita a
aposentadoria compulsória no serviço público aos 75 anos "na
forma de lei complementar." O presidente da comissão, senador
Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), afirmou que essa lei deverá
ser aprovada com urgência para que o princípio entre logo em
vigor. A PEC ainda será submetida a dois turnos em Plenário.
Até a aprovação
da lei complementar, a idade da compulsória continua a ser 70 anos.
A proposta original de Pedro Simon (PMDB-RS) diz que a compulsória
será aos 75 anos. No entanto, a emenda do senador José Jorge
(PFL-PE), aprovada pela comissão, diz que a aposentadoria do
servidor será: "compulsoriamente, com proventos proporcionais
ao tempo de contribuição, aos setenta anos de idade ou aos setenta
e cinco anos de idade, na forma de lei complementar."
Essa foi a forma
encontrada por José Jorge para resolver divergências com o líder
do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP). No relatório, José
Jorge afirma que a extensão do limite da aposentadoria compulsória
para 75 anos não deve significar obrigar os servidores a
permanecerem por mais tempo em seus postos.
- Temos de levar
em conta as diferenças entre as carreiras, e por esse motivo, não
se deve entrar em detalhes no texto constitucional - ressaltou o
relator da matéria.
A preocupação do
senador Mercadante, manifesta durante a reunião, é de não
prejudicar servidores de algumas carreiras, como no caso do
Judiciário, por exemplo, onde muitos magistrados aguardam vaga para
desembargador. A mesma situação ocorre no Itamaraty, onde os critérios
de ascensão na carreira exigem que os ministros conselheiros se
aposentem para que os embaixadores sejam promovidos. Os delegados da
Polícia Federal, segundo Mercadante, não gostariam da
obrigatoriedade da aposentadoria compulsória aos 75 anos.
O senador Pedro
Simon elogiou a proposta do relator José Jorge como forma de
conseguir um acordo para oferecer a chance ao servidor de 70 anos a
oportunidade de continuar na sua carreira até os 75 anos.
O líder do PSDB,
senador Arthur Virgílio Neto (AM), disse que Mercadante deveria
assumir o compromisso de aprovação urgente da lei complementar. O
senador Antonio Carlos Magalhães chegou a falar na possibilidade de
uma emenda para estabelecer um prazo para a aprovação da lei
complementar. Essa emenda, porém não foi apresentada.
José Jorge diz que
chegou à conclusão da necessidade da lei complementar depois de
audiência pública na CCJ, no dia 27 de abril, com o presidente do
Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, com o
vice-presidente da República, José Alencar e com o secretário-geral
do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães,
embaixador Samuel Pinheiro Guimarães. |