A Comissão de Constituição, Justiça
e Cidadania (CCJ) deverá realizar audiência pública, na próxima
quarta-feira (13), com os ministros da Defesa, José Alencar; das
Relações Exteriores, Celso Amorim; do Planejamento, Paulo
Bernardo, e com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Nelson Jobim, para debater a proposta de emenda à Constituição
que eleva de 70 para 75 anos a idade limite para aposentadoria
compulsória do servidor público.
A PEC 42/03, do senador Pedro Simon (PMDB-RS), estava na pauta da
comissão para ser votada nesta quarta-feira (6), mas venceu a
sugestão do líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP),
e da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) de realização prévia de
audiência com esses ministros.
Ideli lembrou que
havia sido aprovado pela CCJ, em setembro do ano passado,
requerimento do senador Tião Viana (PT-AC) propondo a audiência. O
presidente da comissão, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
comunicou que Viana desistiu da realização dos debates e que teria
concordado com a retirada da solicitação, o que foi confirmado
pelo senador do Acre. Desse modo, Antonio Carlos apresentou um novo
requerimento, este de sua própria autoria, formalizando o pedido de
dispensa da realização do debate.
Controvérsia
Mercadante argumentou
que a matéria é controversa e que requer aprofundamento antes da
votação.
- Trata-se de
matéria controversa. Há estudos de que o impacto seria pequeno na
evolução da carreira da magistratura, mas traria repercussão
diversa para as Forças Armadas e a diplomacia, onde, se for
postergado por cinco anos o limite para a aposentadoria
compulsória, as promoções serão engessadas. Foi com base nessa
heterogeneidade que propusemos as audiências com representantes
dessas carreiras - explicou Mercadante.
Com a rejeição do
requerimento de dispensa do debate, Antonio Carlos informou que a
audiência será item prioritário da pauta da próxima reunião da
comissão.
Antes da votação do
requerimento, Simon lembrou ter apresentado a proposta motivado por
dois casos de aposentadoria compulsória, aos 70 anos como determina
a Constituição, de profissionais no auge da qualificação
profissional - a do então vice-presidente do STF, Paulo Brossard, e
a do ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, do Instituto de
Cardiologia.
- Como a expectativa
de vida do cidadão está aumentando, vamos ter que realizar uma
análise de como tratar essas pessoas. Mas a proposta aqui é
singela. Visa dar oportunidade ao cidadão que quiser permanecer no
cargo até os 75 anos. É questão absolutamente racional. Não
estamos obrigando ninguém a ficar na atividade - explicou Simon.
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