18/04/2005 - Discursos
Serys defende proposta de conversão da dívida externa

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) endossou proposta de conversão da dívida externa brasileira em investimentos na área de educação. Essa iniciativa será o mote da 6ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, evento organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) previsto para os dias 26 a 29 de abril.

Conforme explicou a senadora, a entidade pretende promover uma paralisação nacional do setor e uma marcha a Brasília, no dia 27, para coletar assinaturas em apoio à proposta. Ao defender a substituição do ajuste fiscal pelo ajuste social e político, a CNTE busca, assinalou Serys, a implementação de políticas que democratizem o acesso à educação, melhorem a qualidade da educação pública e estimulem a valorização dos profissionais de educação.

- É importante que esta tese prospere e ganhe adeptos, também, em outras categorias, no conjunto da população brasileira, já que resgatar a enorme dívida social brasileira é uma questão que interessa a todos, como interessa a todos promover o desenvolvimento do país dentro dos parâmetros da justiça social - reivindicou.

A receptividade do governo Luiz Inácio Lula da Silva à medida também entusiasmou a petista. Segundo adiantou a senadora, representantes dos ministérios da Fazenda e das Relações Exteriores devem defender a proposta durante encontro com entidades financeiras, em julho, na Espanha. A idéia é destinar à educação parte dos recursos para pagamento de dívidas com outros países e organismos multilaterais de fomento, parcela que, no Brasil, equivale a quase 20% da dívida externa, estimada em R$ 545 bilhões.

Críticas

Serys também aproveitou o discurso sobre educação para criticar o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, por alterações feitas na Lei Orgânica dos Profissionais da Educação Básica. A parlamentar condenou a suposta tentativa de Maggi de proibir a eleição direta de diretores das escolas públicas estaduais e a concessão de reajuste de quase 50% para os cargos de confiança, em detrimento dos 6% de aumento conferidos aos profissionais da carreira.