07/04/2005 - CAS
Tourinho promete dedicação à PEC paralela

O relator da Proposta de Emenda à Constituição 227/04, senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), afirmou nesta quinta-feira (7), em audiência na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que vai analisar com profundidade cada um dos 23 itens da proposta, mais conhecida como PEC paralela, aprovada na Câmara dos Deputados.

A audiência foi realizada atendendo requerimento do senador Paulo Paim (PT-RS) para discutir as alterações propostas na Câmara, quanto à equiparação dos tetos das categorias de advogados, agentes fiscais e delegados de polícia ao dos desembargadores, que, por sua vez, é limitado a 90,25% do subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal. No projeto original, aprovado pelo Senado, o teto dessas categorias estava atrelado aos vencimentos dos governadores.

 Para Tourinho, há vários pontos importantes que precisam ser observados. O primeiro é evitar o que chamou de efeito ping-pong, pelo qual a proposta, aprovada com emendas, fique indo e vindo da Câmara. A questão do teto salarial é, segundo o parlamentar, o segundo ponto importante. "É preciso separar o teto da carreira de servidor público do teto político", disse, referindo-se ao salário dos governadores, que têm cargos eletivos e, portanto, temporários. O terceiro ponto seria a dedicação integral à relatoria da PEC Paralela.

-Dedicarei tempo integral à confecção desse relatório, que foi um acordo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante e demais lideranças - afirmou.

Tourinho disse ainda que é preciso reconhecer a importância de algumas questões, como a integração das polícias militar e civil e outras sugestões apresentadas, como a inclusão de novas categorias de trabalhadores com direito ao teto de desembargadores, como os peritos criminais, o que foi proposto na audiência.

O senador Paulo Paim (PT-RS) considera importante que a PEC paralela não se transforme em instrumento de luta política, pois foi elaborada por todos os senadores, com base "em um grande entendimento". O parlamentar apelou também  para que os parlamentares evitem o efeito ping-pong, para não causarem prejuízo a milhões de trabalhadores.

Os senadores  Leonel Pavan (PSDB-SC) e Romeu Tuma (PFL-SP) defenderam a equiparação do teto de outras categorias profissionais ao dos desembargadores.

- Felizmente a Câmara ampliou ainda mais o texto aprovado no Senado, para incluir os militares - destacou Pavan.

- Não se trata de um aumento, mas sim de não deixar carreiras importantes  se transformarem em categorias de segundo plano. A carreira de delegado de polícia, por exemplo, exige vocação profissional. Eles oferecem tudo de si para servir a sociedade - afirmou Tuma, que é delegado da Polícia Federal, bastante emocionado.

Falaram também a favor da aprovação da PEC paralela os deputados João Campos, Coronel Alves, Capitão Wayne, Cabo Júlio e Alberto Fraga. No final dos debates, foram ainda ouvidos o presidente da Confederação Nacional dos Delegados de Polícia de Carreira, Dirceu Antônio Leme de Melo, e o presidente da Federação Nacional dos Auditores Fiscais Tributários Municipais, Mauro Hidalgo. Melo defendeu a inclusão dos peritos oficiais entre as categorias que teriam seus salários fixados com base no vencimento dos desembargadores, e  Hidalgo, a inclusão dos fiscais tributários municipais