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Pauta - 25/2/2005 15h09
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Votação
da PEC Paralela repercute entre os líderes
O anúncio de que
a Proposta de Emenda à Constituição 227/04, conhecida como
PEC Paralela da Previdência, vai entrar na pauta de votações
da próxima semana repercutiu entre os líderes dos diversos
partidos da Câmara.
A aprovação da PEC foi exigida pela Oposição e até por
parlamentares da Base Aliada em troca da aprovação da Reforma
da Previdência, em 2003. A última vez que a proposta entrou na
pauta foi em 15 de dezembro do ano passado. Mas não houve
acordo para a conclusão de sua votação.
Depois de mais de um ano de tramitação e com o texto-base da
PEC já aprovado em primeiro turno pelo Plenário, falta votar
apenas alguns destaques
que pretendem alterar partes da proposta e, em seguida, votar a
matéria em segundo turno.
Governo não teme destaques
O líder do Governo, deputado Professor Luizinho (PT-SP),
garante que os destaques que faltam ser votados não comprometem
a essência da PEC. "Eu e o relator temos feito um
acompanhamento minucioso e não estamos encontrando até o
momento nenhuma crise. Os pontos que eram mais emblemáticos já
foram derrubados, vamos votar agora os outros destaques".
O líder do PT, deputado Paulo Rocha (PA), também se diz tranqüilo
em relação aos efeitos da PEC Paralela sobre a Reforma da
Previdência. "Existe uma divergência entre aquilo que foi
aprovado no Senado e aquilo que nós aprovamos inicialmente na Câmara.
Apesar disso, somos favoráveis a que a matéria entre na
pauta."
Culpa pelo atraso
A Oposição culpa o Governo pela demora na aprovação da PEC
Paralela. O líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), acusa o
Executivo de não cumprir o acordo firmado com a Oposição, que
votou a favor da Reforma Previdenciária em 2003. "O
Governo não cumpre acordo nem palavra, e isso gera uma
expectativa no Parlamento e na sociedade".
O líder do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP), também critica
o Governo pela demora e afirma que a PEC Paralela já poderia
estar em vigor se houvesse interesse do Palácio do Planalto em
aprovar os poucos destaques que faltam. "O último
presidente da Câmara deveria ter concluído a votação, sem a
qual vários dispositivos importantes não se concretizam”,
afirmou. “O importante é que a PEC seja votada, com a aprovação
ou rejeição das pequenas questões, para que os itens
fundamentais sejam colocados em prática”.
Professor Luizinho garante que a demora na votação da PEC não
é responsabilidade do Governo. "A Casa tem o seu tempo.
Todo mundo diz que quer votar, mas, na hora, ninguém
vota".
Principais novidades
A PEC Paralela atenua alguns efeitos da última Reforma da
Previdência, sobretudo para os servidores públicos, além de
permitir maior inclusão social no regime previdenciário. O
relator da proposta na Câmara, deputado José Pimentel (PT-CE),
cita as três principais novidades do texto:
1 - Estabelece uma regra de transição para os servidores que
ingressaram na carreira pública até 1998. Mesmo que não
tenham a idade mínima exigida para se aposentar - de 55 anos
para as mulheres, e de 60 para os homens - , eles terão direito
a benefício igual ao último salário e a reajuste desse
provento idêntico ao dos servidores da ativa. Basta que tenham
30 anos de contribuição, 20 de serviço público e continuem
contribuindo. A regra estabelece que, para cada ano a mais de
contribuição, desconta-se um ano do necessário para a
aposentadoria.
2 - Determina que uma lei ordinária aponte critérios
diferenciados para aposentados e pensionistas portadores de
deficiência, tanto para os do Serviço Público quanto para os
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
3 - As donas-de-casa de famílias de baixa renda passarão a ter
direito a um salário mínimo a título de aposentadoria.
Essa última mudança, para Pimentel, é a mais significativa.
"A Reforma da Previdência tem como objetivo beneficiar os
mais pobres, que historicamente eram excluídos de todo e
qualquer benefício", explica.
Reportagem - Ana Raquel e
Antonio Vital
Edição - Regina Céli Assumpção
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência)
Agência Câmara
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