6 de
junho de 2006
APELO
DA DIRETORIA
Em todo mês
de maio, o cenário se repete. Calculamos nossas perdas e danos, apresentamos
nosso índice de reajuste salarial ao Cruesp que, sempre, nos responde com uma
proposta insuficiente. Terão nossos reitores esquecido de que além de dar
aulas à graduação, orientar pós-graduandos, emitir pareceres, participar
de bancas, produzir textos etc. etc., como cidadãos também pagamos impostos
(IPVA, IPTU etc. etc.) e contas de luz, água, telefone, Internet, seguro-saúde,
escola de filhos, combustível etc. etc.?
Os "números" das três Universidades Paulistas estão aí para
mostrar a qualidade do nosso trabalho acadêmico. Não basta que as administrações
reconheçam nosso empenho. É preciso que esse "reconhecimento" se
traduza também pelo respeito aos nossos salários.
Na última reunião de negociação, o Cruesp reafirmou sua proposta:
- 0,75% a partir de maio
- eventuais 1,79% em setembro
Diante disso, o que podemos e devemos fazer?
Historicamente, mobilizações fortes, com movimentos de paralisação e de
greve, atos públicos, atividades coletivas (aulas públicas, SOS-Universidade
etc.) têm conseguido reverter situações de negociação difícil, levando
à obtenção de índices salariais superiores aos inicialmente propostos.
Diante da atual proposta do Cruesp, só nos resta a mobilização.
Sabemos que em todo início de Campanha Salarial, as Assembléias nunca estão
cheias. Todos acompanham e aguardam o processo de negociação. Os reitores,
evidentemente, negociam com o Fórum, de olho nas Assembléias, mesmo cientes
de que os docentes e funcionários rejeitam a proposta apresentada.
Estamos em um momento decisivo: dado que não aceitamos o índice do
Cruesp, precisamos decidir se avançamos e como.
Após a última reunião de negociação, frente ao fato consumado da manutenção
da proposta recusada por todas as Assembléias de docentes e funcionários,
o Fórum apresentou o indicativo de greve a partir do dia 8 de junho próximo.
Vivemos aqui, na Unicamp, um quadro de mobilização incipiente. Vale
assinalar que a última Assembléia da Adunicamp do dia 31 de maio, houve um
aumento significativo de docentes. Vale também assinalar que há um clima de
real insatisfação em relação aos salários. Diante desse quadro, cabe aos
docentes da Unicamp tomar uma posição frente à continuidade da Campanha
Salarial. Mais precisamente, frente às formas de mobilização que queremos
praticar em defesa dos nossos salários.
A Diretoria da Adunicamp e o Conselho de Representantes não podem decidir
sozinhos pela greve ou pela não greve. Uma Assembléia esvaziada também não
pode, pois a decisão pela greve ou pela não greve tem implicações políticas
sérias para o movimento docente das Universidades Públicas Paulistas.
O final do semestre próximo e a Copa do Mundo, com a suspensão de atividades
proposta pela Administração Central, interferem em nossa vida. Mas não
podemos esquecer dos nossos salários sobretudo porque a conta da próxima
Campanha Salarial pode ficar "muito salgada".
A Diretoria da Adunicamp propõe, assim, que a Assembléia de Docentes discuta
o indicativo de greve proposto pelo Fórum dentro de um quadro de avaliação
que leve em conta:
- as condições internas da Unicamp;
- a mobilização das outras Universidades;
- a necessidade de ações efetivas para garantir a continuidade da Campanha
Salarial.
ASSEMBLÉIA DE DOCENTES
Dia 07/06/2006 (quarta-feira), às 12h00,
no auditório da Adunicamp
O Fórum
das Seis decidiu indicar às Assembléias das categorias as seguintes propostas:
1.
Contra o arrocho de salários e por mais verbas para a Educação, GREVE a
partir de 08/06/2006;
2. Grande Ato de Unificação da Campanha Salarial, a partir das 13h00, no dia
08/06, em frente à reitoria da USP;
3. Participação massiva na audiência pública da Comissão de Finanças e Orçamento
da Alesp, no dia 14/06, a partir das 13h00;
4. Participação massiva no Seminário sobre Financiamento da Educação Pública,
organizado pela Comissão de Finanças e Orçamento da Alesp, no dia 21/06;
5. Envio de ofício ao Cruesp reivindicando a participação da representação
estudantil na reunião do dia 08/06;
6. Próxima reunião do Fórum das Seis: quinta-feira, 08/06, às 10h00, na sede
da Adusp.