GREVE
NO HC
Colega:
Encaminhamos,
em anexo, a carta do coordenador do STU, João
Raimundo Mendonça de Souza (Kiko), endereçada aos docentes da FCM, a propósito
da greve de funcionários do HC.
No
último dia 05/01 (quinta-feira), a Adunicamp participou de uma reunião com a
Reitoria, solicitada pelo STU. Infelizmente, apenas o Chefe
de Gabinete Adjunto,
Carlos
Alberto Rodrigues Anjos, esteve presente na referida reunião, cujo
objetivo era negociar a pauta de reivindicação dos funcionários do HC,
antes da reunião formal do dia 06/01 (sexta-feira) no Ministério Público.
Nada foi resolvido na reunião.
Atenciosamente,
A diretoria
Caros
docentes da FCM,
Os
trabalhadores da área de saúde da Unicamp entraram em greve no dia 02/01 em
função da posição unilateral da reitoria/FCM e superintendência do HC de
aumentar a jornada de trabalho. Temos consciência das dificuldades e do
impacto social de uma greve nessa área. Infelizmente a postura da administração,
de não negociar com os trabalhadores e de impor uma alteração de jornada de
forma autoritária, levou os trabalhadores a essa situação.
Não
foi apresentada nenhuma imoralidade, ilegalidade ou ilicitude na jornada
praticada há mais de 20 de anos pelos trabalhadores da saúde. Aliás, a própria
justiça reconheceu a jornada, quando da decisão da 1ª Vara, no processo
8/88, reconheceu a validade do horário cumprido e não do horário contratual
da jornada de 12X 60 do noturno. Muitos dos docentes da FCM conhecem a história
das jornadas. Sabem, também, que a jornada de 30 horas, em função da
especificidade da saúde, é praticada em vários hospitais do Brasil.
A
administração tem alegado que toma essa decisão em função de parecer do
MPE e do MPT que indica que não pode haver uma jornada de trabalho praticada
que não esteja contemplada no contrato de trabalho. O parecer também sugere
apurar responsabilidades dos gestores. Essa é uma visão jurídica que
encontra contraditório na CLT, artigos 9º e 468º, que indica que o
que vale é jornada praticada e no princípio do direito adquirido da
constituição. Administrações anteriores regularam as jornadas por meio de
portarias, inclusive permitindo que novas contratações já fossem realizadas
por contratos que incorporam a jornada de 30 horas praticada. A
situação criada por esse parecer seria uma boa oportunidade para a
administração, num processo de negociação com o Sindicato, regularizar de
vez a situação desses contratos, incorporando aditivo com a jornada
efetivamente praticada. O sindicato, acreditando nessa possibilidade, fez
esforços de buscar audiências de conciliação no MPT. Ocorre que a
manifestação da superintendência e da reitoria não vem no mesmo sentido.
Utilizam essa situação para alterar a jornada dos trabalhadores, alegando
que essas medidas possibilitariam aporte de recursos para a universidade capaz
de suprimir investimentos em recursos humanos e estrutura. Consideramos isso
uma afronta. É inadmissível que a solução dos problemas de investimentos
da área de saúde passem por atacar conquistas dos trabalhadores. Por isso a
greve ocorre.
Nesta sexta-feira (06/01) haverá nova audiência de conciliação no MPT. Esperamos que a administração mude sua postura e reveja a posição de mexer na jornada dos trabalhadores. O STU está aberto à negociação, já manifestou sua posição em ofício encaminhado à reitoria no dia 02/01. Vai continuar encaminhando a greve e espera dos docentes a compreensão e o apoio para que façam gestões junto à reitoria no sentido da superação rápida do impasse, para que possamos voltar a normalidade institucional.
Estaremos
a disposição para qualquer esclarecimento.
Um abraço,
E-mail: jrkikojr@uol.com.br