21 de junho de 2007
Que prevaleça o Diálogo
 

Estudantes ocuparam parte das instalações da DAC, nesta 2ª feira, 18 de junho.

A ADUNICAMP, veementemente, repudia a intervenção policial nas questões que, como esta, contrapõem autoridades acadêmicas a estudantes.

Qual a razão da ocupação? É uma ruptura do diálogo?

Do ponto de vista da reitoria, e de muitos docentes, sim. Certamente estudantes, muitos, não pensam assim. Acreditam que não se rompe o que não existe.

Ai é que se situa o impasse do qual resultou a ocupação.

O que para uns é um diálogo está longe de ser para outros. De fato, historicamente, a relação professor-aluno tem um viés autoritário sob a óptica de quem, vendo-se “do lado mais fraco”, simbolicamente, decide “tomar de assalto o poder”.

É emblemático o caso de ocupação da reitoria da USP. Apesar de ter ocorrido quatro meses após a edição pelo governador Serra dos decretos que alteravam ameaçadoramente a vida nas universidades públicas paulistas, o fato político atingiu tal vulto que forçou a governo a um importante recuo.

O governador não debateu os decretos com a comunidade universitária e acabou curvando-se à pressão dela, mais precisamente de uma parcela dela, os estudantes.

A ADUNICAMP tem o mandato de sua assembléia de defender a não punição dos estudantes que ocupam a reitoria da USP. Identicamente, repudia a truculência do uso de força policial, em Araraquara, para desocupar, na calada da noite, o prédio da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP.  Também defende a não punição dos que ocuparam parte da DAC. Que o reitor receba uma comissão de estudantes e que se estabeleça o diálogo entre as partes. É este o caminho para a desocupação pacífica da DAC. Jamais a intervenção do poder judiciário com a conseqüente ameaça do emprego de força policial. São estudantes, não são bandidos.