Que prevaleça o
Diálogo
Estudantes ocuparam parte das instalações da DAC,
nesta 2ª feira, 18 de junho.
A
ADUNICAMP, veementemente, repudia a intervenção
policial nas questões que, como esta, contrapõem
autoridades acadêmicas a estudantes.
Qual a
razão da ocupação? É uma ruptura do diálogo?
Do
ponto de vista da reitoria, e de muitos docentes,
sim. Certamente estudantes, muitos, não pensam
assim. Acreditam que não se rompe o que não existe.
Ai é
que se situa o impasse do qual resultou a ocupação. O que para uns é um diálogo está longe de ser para outros. De fato, historicamente, a relação professor-aluno tem um viés autoritário sob a óptica de quem, vendo-se “do lado mais fraco”, simbolicamente, decide “tomar de assalto o poder”. É emblemático o caso de ocupação da reitoria da USP. Apesar de ter ocorrido quatro meses após a edição pelo governador Serra dos decretos que alteravam ameaçadoramente a vida nas universidades públicas paulistas, o fato político atingiu tal vulto que forçou a governo a um importante recuo.
O
governador não debateu os decretos com a comunidade
universitária e acabou curvando-se à pressão dela,
mais precisamente de uma parcela dela, os
estudantes.
A
ADUNICAMP tem o mandato de sua assembléia de
defender a não punição dos estudantes que ocupam a
reitoria da USP. Identicamente, repudia a
truculência do uso de força policial, em Araraquara,
para desocupar, na calada da noite, o prédio da
Faculdade de Ciências e Letras da UNESP. Também
defende a não punição dos que ocuparam parte da DAC.
Que o reitor receba uma comissão de estudantes e que
se estabeleça o diálogo entre as partes. É este o
caminho para a desocupação pacífica da DAC. Jamais a
intervenção do poder judiciário com a conseqüente
ameaça do emprego de força policial. São estudantes,
não são bandidos. |