Atendendo à
solicitação dos associados Carlos
Alberto dos Reis Filho, Rafael Santos Mendes, Renato
Baldini Filho e Saide Jorge Calil, divulgamos o
convite abaixo. S OBRE A NOVA PROPOSTA DE PROMOÇÕES PARA O CARGO DE PROFESSOR TITULAR NA UNICAMP
Cidade Universitária
Zeferino Vaz, 14 de março de 2007
Prezados Colegas,
Na próxima
sessão ordinária do Conselho Universitário, prevista
para se realizar em 27 de março de 2007, deverá ser
analisado o relatório produzido pela Comissão de
Revisão de Critérios e Normas para Concursos de
Provimento de Cargo de Professor Titular. Esta
Comissão foi criada pela Deliberação CONSU-A-5, de
31 de maio de 2006, e produziu um relatório que foi
apresentado aos membros na 100ª Sessão Ordinária do
Conselho Universitário, realizada em 28 de novembro
de 2006.
Entre os vários pontos tratados neste relatório, merece uma maior reflexão a limitação no número de docentes no último nível da carreira em 35% do total de professores da Unidade. Este teto implica que, mesmo que o docente MS-5 atenda o perfil estipulado por sua Unidade para o nível MS-6, ele não conseguirá sua promoção. Portanto, o mérito do candidato deixa de ser o principal fator para a promoção.
Não existe
uma única razão de natureza acadêmica que justifique
limitar o número de professores titulares nas
Unidades. Pelo contrário, a qualidade do corpo
docente de uma universidade é fortemente evidenciada
pela quantidade de professores titulares em seus
quadros. Além disso, sempre que novos professores
são selecionados, estes são contratados dentro da
perspectiva de que se destaquem em suas atividades
de docência e pesquisa, ou seja, é altamente
desejável que atinjam, respeitados os critérios de
mérito do perfil, o último nível da carreira.
Assim, esta limitação
claramente não melhorará nem incentivará o
desenvolvimento das atividades-fim da Instituição.
Além disso, restrições orçamentárias que porventura
possam impedir a promoção de docentes não devem ser
usadas como parâmetro para definir os critérios de
promoção entre os níveis da carreira.
Unidades
atingidas por este teto terão que conviver com a
insatisfação dos professores MS-5, que já atendem ao
perfil e esperam pela promoção, e com a possível
evasão de bons professores para outras instituições,
pela falta de perspectiva de ascensão na carreira
docente. Este ambiente que se criará nas Unidades
poderá comprometer seriamente a manutenção da
qualidade de seus cursos e de suas atividades de
pesquisas.
A UNICAMP
completou recentemente 40 anos e vivencia ,
portanto, um período de transição. A maioria de
professores contratados para implantação de seus
primeiros cursos só agora está atingindo o último
nível da carreira ou completando o tempo para a
aposentadoria. Acrescente a este evento, a
diminuição no número de níveis da carreira docente,
com a extinção do MS-4. Portanto, nada mais natural
que o percentual de docentes que estejam chegando
atualmente no topo da carreira docente cresça, para
nos próximos anos diminuir e atingir uma
estabilização. Assim, se as exigências de mérito
para os perfis para admissão e promoção forem justas
e balanceadas, em um período curto de tempo os
professores se distribuirão naturalmente, em igual
proporção, pelos três níveis da carreira.
Não se pode
tomar um período de transição pelo qual a
Universidade passa como base para formular critérios
de promoção para Professor Titular que resgatam, em
última análise, a idéia de cátedras.
Considerando, portanto,
o impacto que as mudanças propostas pela Comissão
poderão ter na carreira docente e, por conseqüência,
sobre a qualidade do ensino e da pesquisa na
Universidade, sugerimos aos colegas que discutam
amplamente as presentes considerações junto às
instâncias colegiadas de seus Departamentos e
Unidades.
Prof. Dr. Carlos
Alberto dos Reis Filho
Prof. Dr. Rafael
Santos Mendes
Prof. Dr. Renato
Baldini Filho Prof. Dr. Saide Jorge Calil |