25 de maio de 2005


Nossa mobilização faz Cruesp avançar.
Mas ainda pode melhorar!

A mobilização de docentes, funcionários e estudantes das três universidades estaduais paulistas – Unesp, Unicamp e USP – forçou os reitores a avançarem na mesa de negociações no dia 24 de maio, propondo 5% em maio, mais 2,8% em outubro, com a perspectiva de retroatividade dos 2,8%, a depender da arrecadação do ICMS. Estes dois reajustes compõem a inflação FIPE no período maio-04 a abril-05. Entretanto, esta recuperação de perdas somente acontecerá em outubro e, até lá, a inflação continuará corroendo nossos salários e nossa qualidade de vida.

Defrontados com a paralisação e mais de 800 pessoas no ato do Fórum das Seis na Reitoria da Unesp – sob intensa chuva – o CRUESP teve de reconhecer que as previsões do Fórum das Seis para a arrecadação do ICMS estão corretas. Lembremos que na reunião de negociação anterior, o Cruesp trabalhava com uma previsão de 37,2 bilhões de reais para propor 4% em maio, admitindo compor a inflação FIPE se a arrecadação atingisse 37,7 bi. Obviamente, esta não era a previsão real do Cruesp, nem da Secretaria da Fazenda, apenas estavam tentando nos impingir uma sub-estimativa. Tanto é que agora os reitores apresentam uma proposta que exige uma arrecadação mínima de 37,6 bilhões para manter o mesmo nível de comprometimento máximo com a folha que eles definiram (90%).
Reafirmamos que é inaceitável não ter a reposição inflacionária plena na data-base. Reafirmamos, também, que nossa reivindicação é viável, sem comprometer a universidade.

Por que os reitores não aceitam isto? Porque insistem em trabalhar com um parâmetro prioritário: manter o funcionamento da universidade, sem incomodar o governador do momento para o aumento da dotação orçamentária.

Todos sabem do compromisso historicamente reiterado pelo Fórum com o funcionamento das universidades. Repetimos mais uma vez que nunca apresentamos reivindicações irresponsáveis ou inconseqüentes, descomprometidas com a defesa intransigente da universidade pública.

O fulcro da questão é de outra ordem, bastante diversa: a omissão dos reitores sobre a insuficiência de recursos previstos desde 1988, quando conquistamos a autonomia de gestão financeira.

Naquele momento – e desde então –, reitores e governadores não  trabalharam com a perspectiva – óbvia – de que os recursos seriam insuficientes em um prazo muito curto, pelos benefícios e direitos conquistados por docentes e funcionários, como aposentadorias, progressão na carreira, qüinqüênios, sexta-parte.  Não seria preciso muita argúcia, nem muitos cálculos, para saber que, decorridos vinte anos da contratação de um docente ou funcionário, ele teria direito a um ganho de 20% sobre seu salário, pela sexta-parte. Aliás, desde a reitoria do prof. Vogt, vimos alertando sobre a necessidade de gestões junto aos governadores para aumento dos recursos orçamentários da Unicamp.

Pois bem, a bomba estourou!

Nos últimos três anos, a folha de pessoal vem subindo 3,2% acima dos reajustes que vimos conquistando, enquanto na USP e na Unesp este valor gira em torno de 1,3%. Por que a diferença? O fato de que a Unicamp é uma universidade mais jovem, com corpo de docentes e funcionários mais jovem.

E o que fizeram os diferentes reitores? Basta lembrarmos que os aumentos da cota-parte do ICMS destinada às universidades – dos 8,4% iniciais para 9% e depois para os atuais 9,57% - foram decorrência de nossas lutas, para termos a resposta.

Devemos enfatizar que este não é e nunca foi um problema exclusivo dos reitores da Unicamp, mas de todos os reitores das três universidades, que deveriam ter assumido o dever de evitar que chegássemos a esta situação. Uma situação, aliás, que só tende a se agravar, pois previsões iniciais indicam que somente em 10 a 15 anos ocorrerá uma estabilização, isto é, o quadro de pessoal entrará “em regime”.

Então, o que está acontecendo, já há anos, é que o arrocho de nossos salários vem custeando os benefícios trabalhistas e nossa progressão na carreira, inclusive por mérito acadêmico. Para melhor visualizar este fato, basta compararmos a evolução da arrecadação do ICMS – e, portanto, do orçamento das universidades – com a evolução de nossos salários. E esta situação irá persistir em 2005, em 2006, em 2015, se não reagirmos. 

Temos que dizer aos reitores que sua proposta ainda é insuficiente e que não aceitamos financiar a universidade e a tranqüilidade do governador com o arrocho de nossos salários.

Somente nossa mobilização fará aumentar a dotação orçamentária das universidades paulistas. Temos o dever de pressionar os deputados a aprovarem nossas emendas na LDO para 2006.

Nossos salários dependem de nossa luta! Temos de fazer os reitores pressionarem o governador Zeroaldo Alckmin para uma solução para a precária situação financeira das universidades!
 

DEFENDER NOSSOS SALARIOS É DEFENDER A UNIVERSIDADE PÚBLICA
A TRANQUILIDADE DO GOVERNADOR ZEROALDO NÃO PODE SER FINANCIADA COM O ARROCHO DE NOSSO SALÁRIO!NOSSO SALÁRIO DEPENDE DA LUTA DE TODOS NÓS!
PARTICIPE!


ASSEMBLÉIA DE DOCENTES
30 de maio, às 12h00, no Auditório da Adunicamp

 

Indicativos do Fórum das Seis:

1-      Indicar que a proposta do Cruesp permanece insuficiente;

2-      É possível aumentar o índice do reajuste já;

3-      Continuar não aceitando o financiamento da universidade com o arrocho salarial;

4-      Manutenção do indicativo de greve;

5-      Suspensão da data da deflagração da greve no dia 31/05;

6-      Paralisação 01/06/05 – dia da nova Reunião de Negociação entre o Fórum das Seis e o Cruesp;

7-      Ato na ALESP - Anfiteatro Franco Montoro às 13h (encerramento às 15h)-  “Mais verbas para a educação pública” – Distribuição do documento do Fórum com as emendas para a LDO;

8-      Ato na reitoria da Unesp às 16h antes da negociação Fórum das Seis e Cruesp.

 

Nova reunião Fórum 31/05/05, às 15h, na Adusp