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Boletim
Eletrônico • 8 de junho de 2006
Cruesp Insiste nos 0,75%
na data-base!!!
A rodada de negociação
com o Cruesp do dia 8/6/06 foi aberta com o Fórum registrando a
reivindicação de participação da representação estudantil da USP e
da Unesp nas negociações. Face a reação dos reitores, o Fórum propôs
que os estudantes desta vez participassem da segunda parte da reunião,
que discutiria a atuação na LDO. Os reitores indicaram que discutiriam
esta proposta durante algum intervalo da reunião.
O primeiro item da pauta
foi a questão salarial. A coordenação do Fórum manifestou, mais uma
vez, a indignação de professores e funcionários com o reajuste
proposto na data-base, argumentando pela necessidade de um reajuste de
outra ordem de grandeza. A seguir, falaram todas as entidades do Fórum,
enfatizando e argumentando contra o financiamento da universidade via o
arrocho de salários, já que nem a perda inflacionária (3,25% pelo
ICV-Dieese) estava sendo contemplada. Foi enfatizada a eclosão da greve
de funcionários e docentes em vários campi e a manutenção do
indicativo de greve em outros, como forma de protesto e luta contra a
proposta do Cruesp.
Os reitores da Unicamp e da Unesp manifestaram sua
análise do desenrolar da conjuntura econômica indicando a necessidade
de cautela, pois consideram que nem mesmo a estimativa do governo de R$
40,2 bilhões de arrecadação de ICMS até o final do ano será
atingida.
Esta não é a visão do Fórum, sustentada por
previsões de crescimento econômico significativo, em particular no
segundo semestre, fato corriqueiramente veiculado nos jornais, em
publicações de análise econômica e até mesmo no site da própria
Secretaria da Fazenda. Além disso, o Fórum lembrou que havia
necessidade de efetivar uma Comissão Conjunta para discutir isonomia
nas universidades estaduais, que havia sido acordada em 1994 (!!) e
jamais efetivada.
Foi perguntado
aos reitores se as declarações que haviam feito significavam que
estavam mantendo a proposta da reunião anterior. O Cruesp decidiu por
um intervalo para discussão. Após cerca de 30 minutos, os reitores
voltaram apresentando a seguinte proposta:
- Reafirmaram o
reajuste de 0,75% na data-base;
- Constituição
de uma Comissão Fórum-Cruesp de Acompanhamento da Arrecadação do
ICMS, que se reunirá mensalmente, a partir do início de julho. A
identificação de cenário de recuperação consistente do ICMS
possibilitaria a antecipação do reajuste de setembro/06;
- O Cruesp
continua a insistir no índice da FIPE de 2,55%, de modo que o
complemento dos 0,75% permanece sendo de 1,79%;
- Como na
proposta anterior, se a arrecadação atingir R$40,6%, o reajuste de
2,55% retroagiria a maio/06;
- Foi constituída
Comissão conjunta Fórum-Cruesp para discutir isonomia nas
universidades estaduais paulistas (como havia sido combinado em
1994);
- O reitores
concordaram com a participação de representantes do DCE-Livre da
USP e DCE da Unicamp no momento de discutirmos as ações na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO-2007).
O Fórum declarou que
a insistência no reajuste de 0,75%
na data-base continuava agudamente insuficiente e que levaria à
consideração das Assembléias das categorias a proposta ora
apresentada pelo Cruesp. Foi agendada nova rodada de negociação
para o dia 5ª feira, 22/6/06, às 9:30h, na reitoria da USP.
O segundo ponto de pauta,
contando com a presença dos estudantes, foi a atuação na LDO. O Fórum
insistiu em alguns pontos:
- É necessário
que Fórum e Cruesp apresentassem a urgência da necessidade do
aumento do investimento do Estado nas universidades estaduais
paulistas;
- É
fundamental obter um aumento da dotação no caput do artigo 4º da
LDO e de seu §1º (que trata da Lei Kandir), pois esses números
possibilitam o exercício pleno da autonomia universitária,
conquistada em dura luta. Deixar o caput original, de 9,75%do ICMS,
proposto pelo governo, e simplesmente discriminar a dotação orçamentária
necessária à expansão já feita e às incorporações, significa
estrangular paulatinamente a capacidade já instalada da USP, Unesp
e Unicamp, hoje o motivo alegado para o arrocho salarial que
vivenciamos. Além disso, submete as universidades estaduais ao
controle direto do Executivo, comprometendo sua autonomia de gestão
financeira, administrativa, científica e educacional.
- A tática do
Fórum das Seis consiste, portanto, em lutar por um aumento real do
caput do artigo 4º e seu §1º, aí incluída a expansão já
realizada, sem nos opormos a que as estimativas do Cruesp para a
incorporação das Faculdades de Medicina de Marília e de São José
do Rio Preto fossem explicitadas no §4º do artigo 4º da LDO e que
o custo da implantação definitiva do Campus de Limeira da Unicamp
fosse explicitado em parágrafo específico. No entanto, nossa
experiência na Assembléia Legislativa indica que quanto menos
mexermos no texto do governo, sem deixar de defender o
desenvolvimento e a ampliação das universidades estaduais, mais
simples é o debate com os deputados.
- Os reitores
pareceram sensibilizar-se com a argumentação do Fórum,
especialmente a necessidade de lutar para mudar os 9,57% contido no
caput do artigo 4º da proposta do governo. Veremos quais as conseqüências
concretas desta discussão e acompanharemos de perto a atuação do
Cruesp na LDO.
Em função da manutenção
da proposta de reajuste de 0,75% na data-base, o Fórum das Seis,
reunido após a rodada do dia 8/6 decidiu indicar às Assembléias das
categorias:
- Manutenção
do movimento de greve onde já deflagrado;
- Manutenção
do indicativo de greve às categorias e campi ainda discutindo
esta providência;
- Reiterar a
importância da nossa participação massiva:
- Na audiência
pública da Comissão de Finanças e Orçamento, na 4ª feira,
14/6, às 14h, no auditório Franco Montoro na Alesp;
- Na audiência
pública da Comissão de Finanças e Orçamento, sobre
financiamento da Educação Pública, na 4º feira, 21/6, no
anfiteatro Franco Montoro, das 9h às 13h, na Alesp;
- Participação
em Ato Público do Funcionalismo em defesa dos serviços públicos,
4ª feira, 21/6, a partir das 14h, na Alesp.
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