Abaixo a perseguição
política aos trabalhadores terceirizados na USP!
Vamos impedir que a
limpadora União demita 100 trabalhadores por eles terem pedido ajuda do
Sintusp para lutarem por seus direitos!
Trabalhadores terceirizados são
tratados como semi-escravos na USP
A maioria das empresas terceirizadas contratadas
pela USP não cumprem suas obrigações trabalhistas. As limpadoras como a
Faísca, a Higilimp e várias outras, não fornecem os equipamentos de proteção
individual aos seus funcionários, que acabam obrigados a trabalhar sem
botas, com calçados inadequados e com sola furada e também sem luvas ou
com luvas rasgadas, o que coloca em risco a saúde de todos eles. Além
disso, as empresas terceirizadas em geral costumam atrasar ou mesmo
suspender o pagamento dos salários, do vale-transporte, vale-refeição,
cesta-básica e outros benefícios que os terceirizados têm direito. E
quando o trabalhador reclama, é demitido sumariamente. Dessa forma, essas
empresas buscam o enriquecimento r ápido e fácil promovendo a
semi-escravidão dos trabalhadores terceirizados.
Por exemplo, a limpadora União, que está na
USP a pouco mais de um mês, ainda não pagou a cesta-básica dos seus mais
de 400 funcionários que necessitam dela para dar comida aos seus filhos;
quanto ao vale refeição, a empresa pagou para alguns funcionários e para
outros não. Todo mês é a mesma coisa: as empresas pagam os direitos e os
benefícios de uma parcela dos funcionários enquanto os outros não recebem
nada ou só recebem uma parte do que têm direito. Isso é sempre assim.
Ameaça
de demissão é terrorismo político!
A única forma de manter esta política de
confiscar os direitos dos funcionários sem que eles reajam é impor um
verdadeiro regime de terror, demitindo qualquer um que ouse levantar a voz
para reclamar seus direitos de forma que os demais se submetam às condições
de trabalho semi-escravo com medo de serem demitidos.
Essa política terrorista é o que está por trás
da tentativa da limpadora União de demitir aproximadamente 100 dos seus 400
funcionários. Porém, é certo que ent re estes 100 funcionários ameaçados
de demissão estão os ex-funcionários da limpadora DIMA que reagiram e
lutaram contra os abusos do seu ex-patrão, levando a reitoria a romper o
contrato com aquela empresa. Para a limpadora União, trabalhador
consciente, que reclama e luta por seus direitos, é trabalhador difícil de
ser explorado, além de ser perigoso, pois ele pode, com seu exemplo, fazer
com que outros também se animem a lutar. Por isso ela quer demiti-los.
Assim, as 100 demissões assumiram também um
caráter de perseguição política que não podemos aceitar na
universidade.
Cam panha contra a terceirização e
a tentativa de demissão de 100 trabalhadores da limpadora União!
A diretoria do Sintusp decidiu lançar uma
campanha contra a terceirização na USP e contra a tentativa da limpadora
União de demitir 100 funcionários, visando impor um regime de terror
contra os que permanecerem e vai propor à Adusp, DCE e APG que também
assumam essa campanha, pois a universidade não pode continuar dando espaço
para proliferação de trabalho semi-escravo. Como parte desta campanha, o
sindicato propõe lutar para que os trabalhadores terceirizados tenham os
mesmos salários e os mesmos direitos e benefícios que os trabalhadores da
USP.
O sindicato conclama ainda os funcionários da
USP a fortalecerem a solidariedade aos terceirizados como parte da luta
contra a terceirização. Lembremos a todos que, se permitirmos a escravização
dos trabalhadores terceirizados, certamente a reitoria acabará por colocar
um destes semi-escravos no nosso posto de trabalho, pois eles custam para a
USP muito menos do que qualquer funcionário efetivo.
Ao mesmo tempo, o Sintusp conclama os funcionários
da União a se organizarem e lutarem para reverter as demissões, caso elas
venham a ocorrer. Se hoje permitirmos a demissão de 100, amanhã serão
outros 100 ou 150. Caso alguém seja demitido ou chamado ao escritório, não
deve ir ao escritório da empresa e nem assinar nada antes de procurar o
Sintusp.
Em
tempo: Alguns diretores do
DCE, ao saberem da possibilidade das demissões, se manifestaram favoráveis
à campanha do Sintusp. Ainda hoje a diretoria do DCE deve se reunir para
tomar um posicionamento oficial.
Considerando a responsabilidade da reitoria em
permitir a permanência destes escravagistas dentro da USP, o Sintusp irá
encaminhar um pedido de audiência com a reitoria para discutir as 100
demissões.
ABAIXO-ASSINADO/MOÇÃO
DE REPÚDIO CONTRA A PERSEGUIÇÃO POLÍTICA AOS TERCEIRIZADOS NA USP
NÃO
À DEMISSÃO DOS TRABALHADORES QUE LUTAM PELOS SEUS DIREITOS!
Março de 2006
Está em curso a tentativa de demissão de mais
de 100 trabalhadores terceirizados por parte da limpadora União (que presta
serviço para 23 unidades da USP). Os trabalhadores estão sendo demitidos
porque têm buscado ajuda do Sintusp para defenderem seus direitos.
Entre os pretensos demitidos estão os
ex-funcionários da Dima (empresa que prestava serviço de limpeza p ara a
USP no ano passado), pois no ano passado, com a ajuda do Sintusp e do CDB,
estes companheiros fizeram paralisações e ocuparam a reitoria para que
recebessem os salários atrasados, o vale-transporte, vale-refeição,
cesta-básica e outros benefícios que a empresa não pagava, o que no final
das contas obrigou a reitoria a romper o contrato com a Dima por esta não
cumprir com as mínimas obrigações trabalhistas.
A União que demitir esses 100 trabalhadores
como forma de fazer terrorismo, para impor o medo nos que ficam e assim
continuar atrasando salários, deixando de pagar vale-transporte, vale-refeição,
cesta-básica etc sem ter ninguém para reclamar ou reagir.
Nós, abaixo assinados, repudiamos essa perseguição
política aos trabalhadores da União; repudiamos o terrorismo expresso na
tentativa de demissão dos mesmos. Nos solidarizamos com a luta dos
trabalhadores da União em defesa dos seus direitos e dos seus empregos, e
exigimos da reitoria providências no sentido de impedir que estas demissões
se concretizem.