Ano após ano viemos reivindicar o aumento do repasse de verbas públicas para as universidades estaduais paulistas e para a educação pública em geral. Neste ano, em que a arrecadação de ICMS bateu recordes históricos, o repasse que recebemos desta bonança é 1,5% de aumento real para quem já perdeu 40% de salário nos últimos 20 anos... para não dizer da criminalização e dos ataques ao direito de greve.
Neste ano, após uma demora de mais de 40 dias para o início da negociação, os reitores impõem - sem negociação - um reajuste salarial que, mesmo tendo já aumento na arrecadação e dinheiro em caixa, nega aumento real do salário (eles impuseram 1,5% de aumento sobre o índice de inflação historicamente mais baixo: IGP/FIPE), o que desconsidera nossa perda salarial, que desde de 1989, já bate mais de 40% do poder de compra dos nossos salários. Além disso, antes mesmo de a data base começar, os reitores ofereceram um reajuste salarial de 6% para os docentes e se recusam a dá-lo também aos trabalhadores, num claro golpe pra tentar fragmentar o movimento das três estaduais.
Além disso, ano após ano, os reitores incrementam a truculência no trato com o movimento das três estaduais. Na greve do ano passado, os reitores, com o apoio do governo Serra reprimiram as manifestações dentro do campus da USP com o batalhão de choque. Este ano, depois de Serra já ter mandado polícia reprimir os professores em luta pela defesa do ensino público, os reitores ameaçam o direito de greve dos sindicatos das universidades estaduais paulistas com multas, cortes de ponto - como na USP, onde o reitor soltou nota, antes mesmo da greve começar, dizendo que multaria o sindicato e cortaria o ponto dos grevistas. A greve é nossa resposta a esta precarização! A greve é um direito legítimo, respaldado pela Constituição Federal. Exigimos a reintegração do diretor Claudionor Brandão, perseguido pela reitoria da USP, e exigimos o fim de toda criminalização aos movimentos de reivindicação dos trabalhadores da cidade e do campo.
Há também colocada uma política de desvalorização do servidor público. Ao longo dos últimos 25 anos, temos vivido um processo de retirada dos direitos sociais. Não bastasse a crescente privatização da educação, da saúde e da previdência, desmontaram também nossas carreiras. Ao invés de criar meios de estímulo e desenvolvimento social para os trabalhadores, a tônica foi criar fundações privadas e contratos precarizados. A cada dia substituem os contratos estáveis do regime estatutário (CLE) por trabalhadores mais precarizados e com menores garantias de futuro. Hoje não existe sequer uma política salarial para recuperar nossas perdas em médio ou longo prazos.
Nossa greve justa!
16% + R$200,00 já de reajuste salarial!
Isonomia de reajuste salarial entre docentes e funcionários!
Isonomia no Vale Alimentação com a USP.
Participe e venha exigir mais respeito dos reitores na negociação que ocorrerá nesta terça-feira, em São Paulo, na nova sede que o CRUESP está alugando
em um dos metros quadrados mais caros do Brasil!
Inscreva-se no ônibus organizado pelo STU.