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Vanderlan: Inovação com o apoio de estruturas existentes
Docente é eleita presidente da Sociedade de Química

Vanderlan Bolzani, de Araraquara, é a primeira mulher no cargo
 
09/05/2008
Vanderlan da Silva Bolzani, docente do Departamento de Química Orgânica do Instituto de Química (IQ), câmpus de Araraquara, e assessora da Pró-Reitoria de Pesquisa toma posse como presidente da SBQ (Sociedade Brasileira de Química) no dia 29 de maio. A solenidade ocorre em Águas de Lindóia (SP), durante a 31ª reunião anual da instituição.

A pesquisadora, especialista em Química Orgânica, será a primeira mulher a assumir o cargo. “Isso demonstra uma evolução na instituição. É um acontecimento marcante nos 31 anos de existência da SBQ. O processo foi bem competitivo, ético e demonstrou o amadurecimento da sociedade”, afirma.

Entre suas metas à frente da SBQ, nos próximos dois anos, a docente pretende criar uma editoria de publicações, um periódico de divulgação de química voltada para o setor industrial, um programa de estímulo ao ensino de ciências e química, além de modernizar a informática, ampliar as colaborações internacionais realizadas em gestões anteriores e fortalecer as secretarias regionais.

Segundo Vanderlan, seu plano de gestão prevê o aproveitamento da estrutura organizacional central da SBQ para criar uma agenda de trabalho e atuação conjunta nas questões onde o tema química é central. “Vamos aproveitar o potencial da riqueza acadêmica construído nesses anos para modular uma série de ações afinadas com as políticas de desenvolvimento e melhoria social, onde a química, pela sua vocação natural, tem estreita relação com meio ambiente, novas alternativas de energia, saúde humana e ensino fundamental e médio”, explica.

Para o atual presidente, Antonio Sálvio Mangrich, a eleição da professora Vanderlan tem significado especial e inteligente. “Pela primeira vez os eleitores reconhecem o trabalho de nossas colegas químicas e prestam-lhe, pelo voto, uma justa homenagem”, diz Sálvio. O processo de votação ocorre por meio de uma urna online. Podem participar associados efetivos, atualmente em torno de três mil eleitores.

Atuação - Além de docente no Instituto de Química, câmpus de Araraquara e assessora da pró-reitora de Pesquisa, Vanderlan da Silva Bolzani coordena o Núcleo de Bioensaio, Biosíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais (Nube), composto por sete pesquisadores ligados ao IQ. “Este é um dos primeiros laboratórios acadêmicos do País a prospectar a biodiversidade brasileira com o objetivo de encontrar substâncias de interesse para as indústrias farmacêuticas e cosméticas”, assinala.

Vanderlan lembra que o estímulo para a formação do Nube foi dado com o Projeto Biota da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), cujo objetivo é realizar o mapeamento botânico da biodiversidade paulista. Segundo a pesquisadora, em sete anos o Núcleo catalogou mais de 700 espécies — entre as oito mil de todo o Estado — e preparou 1,5 mil extratos que podem ser utilizados na manipulação de antioxidante, antitumoral, antifungíco e antiinflamatório.

Entre esses extratos, ainda de acordo com a docente, dois estão sendo testados como protótipos para a indústria de cosméticos. “Atualmente essas pesquisas estão em processo de licenciamento entre a Unesp, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e uma indústria cosmética”, diz.

Enquanto o Nube realiza o estudo fitoquímico, no Lassbio (Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas) da Faculdade de Farmácia da UFRJ são realizados os ensaios farmacológicos. “Os estudos de identificação de plantas são importantes para a preservação da biodiversidade”, assinala.

Para Vanderlan, ao identificar o potencial de cada espécie e sua importância no ecossistema, os governos acabam tomando medidas de cultivo, manejo e enriquecimento da espécie, a exemplo do Programa Biota.

Genira Chagas e Renato Coelho