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16/07/2008
Divulgação
Resíduos constituem problema ambiental
Método elimina corantes

Araraquara cria técnica que preserva o ambiente
 

O novo método fotoeletroquímico utilizado no tratamento de água e na eliminação de corantes químicos em papéis e couros usados pela indústria têxtil foi criado pela docente Maria Valnice Boldrin Zanoni do Instituto de Química, câmpus Araraquara.

O objetivo é destruir os pigmentos antes do contato com o meio ambiente e precaver uma possível contaminação nas estações de tratamento de água e reservatórios.

“Este método combina as vantagens de duas técnicas de degradação completa dos corantes, a fotocatálise com a eletrocatálise, transformando-os em água e gás carbônico”, explica a docente.

Valnice relata que a técnica de fotoeletrocatálise consiste no uso de um eletrodo, com a superfície de titânio recoberta com nanotubos de dióxido de titânio crescido por anodização, ou seja, o processo de criar um filme de óxido sobre certos metais por meio da imersão em um banho eletrolítico no qual o metal a anodizar é ligado ao pólo positivo de uma fonte de eletricidade.

“O elétrodo é ativado por irradiação ultravioleta e aplicação de uma corrente elétrica equivalente a uma voltagem”, diz a pesquisadora.

A separação de cargas em filmes de nano partículas fotoativas é alcançada pela diferença de velocidade entre transferência de elétrons e lacunas na interface da solução, extremamente eficiente para degradar a maioria dos compostos orgânicos poluentes. “Nosso enfoque tem sido o tratamento de resíduos de corantes em efluentes industriais e águas contaminadas”, ressalta Valnice.

Meio Ambiente – O problema da coloração dos efluentes ocorre pela baixa eficiência de agregação do corante a fibra, contribuindo para o descarte destas espécies em grande quantidade nos efluentes têxteis.

Somado a geração de resíduos altamente coloridos e com grande carga orgânica, o setor têxtil, ainda consome uma grande quantidade de água. O descarte destes corantes, se não tratados, podem chegar às estações de tratamento de água e ingeridos por seres humanos.

“A complexidade da carga orgânica e a toxicidade dos efluentes causam muitas conseqüências ambientais, tais como interferência na biota aquática, alterando a oferta de oxigênio, alteração dos processos de fotossíntese e conseqüentemente modificando o ecossistema, além de conter propriedades cancerígenas”, revela a docente do IQ.

Apoiada pela Fapesp a pesquisa vem sendo realizada desde 2002, no Departamento de Química Analítica do IQ, em parceria com os pesquisadores Marc Anderson, da University of Wisconsin, Madison, EUA e Krishnan Rajeshwar, da University of Arlington , Texas, EUA, Danielle Oliveira, da USP, Gisela Umbuzeiro da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e com alunos mestrandos e doutorandos do IQ.

 Renato Coelho