O
novo método
fotoeletroquímico utilizado
no tratamento de água e na
eliminação de corantes
químicos em papéis e couros
usados pela indústria têxtil
foi criado pela docente
Maria Valnice Boldrin Zanoni
do Instituto de Química,
câmpus Araraquara.
O objetivo é destruir os
pigmentos antes do contato
com o meio ambiente e
precaver uma possível
contaminação nas estações de
tratamento de água e
reservatórios.
“Este método combina as
vantagens de duas técnicas
de degradação completa dos
corantes, a fotocatálise com
a eletrocatálise,
transformando-os em água e
gás carbônico”, explica a
docente.
Valnice relata que a técnica
de fotoeletrocatálise
consiste no uso de um
eletrodo, com a superfície
de titânio recoberta com
nanotubos de dióxido de
titânio crescido por
anodização, ou seja, o
processo de criar um filme
de óxido sobre certos metais
por meio da imersão em um
banho eletrolítico no qual o
metal a anodizar é ligado ao
pólo positivo de uma fonte
de eletricidade.
“O elétrodo é ativado por
irradiação ultravioleta e
aplicação de uma corrente
elétrica equivalente a uma
voltagem”, diz a
pesquisadora.
A separação de cargas em
filmes de nano partículas
fotoativas é alcançada pela
diferença de velocidade
entre transferência de
elétrons e lacunas na
interface da solução,
extremamente eficiente para
degradar a maioria dos
compostos orgânicos
poluentes. “Nosso enfoque
tem sido o tratamento de
resíduos de corantes em
efluentes industriais e
águas contaminadas”,
ressalta Valnice.
Meio Ambiente –
O problema da coloração dos
efluentes ocorre pela baixa
eficiência de agregação do
corante a fibra,
contribuindo para o descarte
destas espécies em grande
quantidade nos efluentes
têxteis.
Somado a geração de resíduos
altamente coloridos e com
grande carga orgânica, o
setor têxtil, ainda consome
uma grande quantidade de
água. O descarte destes
corantes, se não tratados,
podem chegar às estações de
tratamento de água e
ingeridos por seres humanos.
“A
complexidade da carga
orgânica e a toxicidade dos
efluentes causam muitas
conseqüências ambientais,
tais como interferência na
biota aquática, alterando a
oferta de oxigênio,
alteração dos processos de
fotossíntese e
conseqüentemente modificando
o ecossistema, além de
conter propriedades
cancerígenas”, revela a
docente do IQ.
Apoiada pela Fapesp a
pesquisa vem sendo realizada
desde 2002, no Departamento
de Química Analítica do IQ,
em parceria com os
pesquisadores Marc Anderson,
da University of Wisconsin,
Madison, EUA e Krishnan
Rajeshwar, da University of
Arlington , Texas, EUA,
Danielle Oliveira, da USP,
Gisela Umbuzeiro da Cetesb
(Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental) e com
alunos mestrandos e
doutorandos do IQ.
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