Date: Wed, 24 Jun 2009 11:02:44 -0300
To: aluiziom@yahoo.com.br
From: Aluizio Monteiro Junior <aluiziom@fclar.unesp.br>
Subject: Fwd: [Func-unesp] Comunicado do reitor e do vice-reitor sobre reajuste

São Paulo, 23 de junho de 2009

À comunidade unespiana,

Várias manifestações sobre o reajuste salarial concedido neste ano têm explorado esse tema sem a necessária responsabilidade com o futuro da universidade. Em vista do prejuízo que essa retórica sem fundamento na verificação dos fatos traz para nossa instituição, fazemos os seguintes esclarecimentos.

  1. O reajuste de 6,05% a partir dos salários de maio deste ano, concedido com base no índice IPC-Fipe, cobre a inflação dos últimos 12 meses. O atual cenário econômico, que não permite fazer projeções com um mínimo de segurança, coloca a universidade em uma situação muito diferente dos anos mais recentes, nos quais foi possível reajustar os vencimentos além da inflação, de modo a cobrir perdas de poder aquisitivo de períodos anteriores.
     
  2. Com as contratações de docentes e de servidores técnicos e administrativos previstas para este ano — consideradas unanimemente pela comunidade como urgentes e prioritárias —, a aplicação do percentual de 6,05% aos nossos salários fará a folha de pagamento da Unesp fechar com um comprometimento de  cerca de 90% do total das liberações financeiras no ano.
     
  3. O ICMS realizado nos últimos 5 meses (janeiro a maio) totalizou R$ 21,783 bilhões, correspondendo a uma média mensal de R$ 4,356 bilhões. Para alcançarmos os R$56.248 milhões previstos na Lei Orçamentária de 2009, a média mensal deverá crescer em termos nominais 13%, ou seja: passar para uma média mensal de junho a dezembro de R$ 4,923 bilhões. Pouco provável, dada a queda da atividade econômica, em particular, a atividade industrial.
     
  4. Ultrapassar esse nível de comprometimento coloca a universidade em uma situação de risco de prejuízo para a manutenção de um mínimo de qualidade das atividades de ensino, pesquisa, extensão e administração, além de inviabilizar até mesmo as reservas para assegurar despesas correntes, muitas delas obrigatórias (água, luz, telefone e outras) em situações de queda na arrecadação tributária, como ocorre no momento atual.
     
  5. Não bastassem esses prejuízos imediatos, que configurariam uma gestão temerária de recursos públicos, qualquer reajuste salarial concedido à revelia das considerações do item anterior abriria o caminho para o auto-sucateamento da universidade.


Saudações acadêmicas,


Herman Jacobus Cornelis Voorwald
Reitor

Julio Cezar Durigan
Vice-reitor