Francisco Emolo/JUSP

Cruesp mantém proposta de reajuste de 7,94%

Índice corresponde ao cálculo da Fipe para inflação no último ano

Reitores Jorge (Unicamp), Macari (UNESP)
e Melfi (USP)
1/6/2005

O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) manteve sua proposta de reajuste salarial em reunião nesta quarta-feira, 1º de junho, com o Fórum das Seis Entidades, que reúne as associações de docentes e servidores técnicos e administrativos da UNESP, USP e Unicamp..

No Comunicado Cruesp 04/2005, o Conselho informa que, "tendo em vista que o atual ciclo de negociações com o Fórum das Seis Entidades está sendo permanentemente pautado pelo princípio de formulação de propostas fundamentadas em dados reais", reitera o seu compromisso de recomposição dos salários e, ao mesmo tempo, garante os recursos mínimos necessários para o funcionamento das Universidades Estaduais Paulistas. O documento também informa que o Cruesp está realizando gestões junto ao Governo do Estado de São Paulo e à Assembléia Legislativa para discutir assuntos de interesse das universidades estaduais paulistas.

A proposta é de 7,94% (IPC-FIPE dos últimos doze meses), sendo 5% em maio e mais 2,8% em outubro, além de pagamento de retroatividade com base na arrecadação do ICMS. Essa retroatividade se aplicará com os recursos provenientes de arrecadação acima de R$ 37,86 bilhões e até R$ 38,353 bilhões, mantendo 90% como o maior comprometimento com pessoal e reflexos.

O Cruesp se comprometeu também a viabilizar a recuperação salarial caso a arrecadação realizada ultrapasse R$ 38,353 bilhões em 2005, assegurando a destinação de 90% do excedente para pessoal e reflexos e os restantes 10% para despesas de custeio e investimento.

A proposta anterior, apresentada em 12 de maio, consistia em reajuste imediato de 4% sobre o salário de maio e reajuste complementar da inflação (IPC-FIPE), ou seja, 3,79% em outubro de 2005, perfazendo os mesmos 7,94%. A atual proposta considera a política salarial que vem sendo aplicada pelo Cruesp de reposição da inflação dos últimos doze meses, segundo o índice IPC-FIPE, e a necessidade de manter o equilíbrio entre o fluxo de receita e o de despesas.

"A proposta do Cruesp está fundamentada em bases reais das universidades e um índice maior de reajuste imediato comprometeria o custeio e os investimentos que garantem a qualidade dessas instituições", afirmou Marcos Macari, reitor da UNESP e presidente do Cruesp.

Segundo Milton Vieira do Prado Jr., coordenador do Fórum das Seis e presidente da Associação dos Docentes da UNESP (Adunesp), a decisão do Cruesp não foi a esperada pelo Fórum. "De acordo com o resultado das assembléias de docentes e servidores realizadas, a proposta apresentada pelo Cruesp de 24 de maio e mantida hoje é insuficiente e não recupera o salário de 2001. O Conselho, porém, recusou-se a discutir e não houve negociação", afirmou. "Agora, vamos avaliar o resultado da reunião de hoje nas novas assembléias que deverão ser feitas nas universidades nos próximos dias".

"Não fizemos balão de ensaio, e acho que não compreenderam isso", afirmou Macari. "Apresentamos inicialmente aos docentes e servidores uma proposta de aumento imediato 4% e subimos para 5%, o máximo possível neste momento."

A próxima reunião do Cruesp será dia 14 de junho, também na Reitoria da UNESP. A pauta inclui a defesa das condições de trabalho e assistência estudantil, dos direitos dos professores, funcionários e estudantes das universidades públicas paulistas e do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS).