O
Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais
Paulistas) manteve sua proposta de reajuste salarial em reunião
nesta quarta-feira, 1º de junho, com o Fórum das Seis Entidades,
que reúne as associações de docentes e servidores técnicos e
administrativos da UNESP, USP e Unicamp..
No Comunicado Cruesp 04/2005, o
Conselho informa que, "tendo em vista que o atual ciclo de
negociações com o Fórum das Seis Entidades está sendo
permanentemente pautado pelo princípio de formulação de
propostas fundamentadas em dados reais", reitera o seu
compromisso de recomposição dos salários e, ao mesmo tempo,
garante os recursos mínimos necessários para o funcionamento das
Universidades Estaduais Paulistas. O documento também informa que
o Cruesp está realizando gestões junto ao Governo do Estado de São
Paulo e à Assembléia Legislativa para discutir assuntos de
interesse das universidades estaduais paulistas.
A proposta é de 7,94% (IPC-FIPE
dos últimos doze meses), sendo 5% em maio e mais 2,8% em outubro,
além de pagamento de retroatividade com base na arrecadação do
ICMS. Essa retroatividade se aplicará com os recursos
provenientes de arrecadação acima de R$ 37,86 bilhões e até R$
38,353 bilhões, mantendo 90% como o maior comprometimento com
pessoal e reflexos.
O Cruesp se comprometeu também a
viabilizar a recuperação salarial caso a arrecadação realizada
ultrapasse R$ 38,353 bilhões em 2005, assegurando a destinação
de 90% do excedente para pessoal e reflexos e os restantes 10%
para despesas de custeio e investimento.
A proposta anterior, apresentada em
12 de maio, consistia em reajuste imediato de 4% sobre o salário
de maio e reajuste complementar da inflação (IPC-FIPE), ou seja,
3,79% em outubro de 2005, perfazendo os mesmos 7,94%. A atual
proposta considera a política salarial que vem sendo aplicada
pelo Cruesp de reposição da inflação dos últimos doze meses,
segundo o índice IPC-FIPE, e a necessidade de manter o equilíbrio
entre o fluxo de receita e o de despesas.
"A proposta do Cruesp está
fundamentada em bases reais das universidades e um índice maior
de reajuste imediato comprometeria o custeio e os investimentos
que garantem a qualidade dessas instituições", afirmou
Marcos Macari, reitor da UNESP e presidente do Cruesp.
Segundo Milton Vieira do Prado Jr.,
coordenador do Fórum das Seis e presidente da Associação dos
Docentes da UNESP (Adunesp), a decisão do Cruesp não foi a
esperada pelo Fórum. "De acordo com o resultado das assembléias
de docentes e servidores realizadas, a proposta apresentada pelo
Cruesp de 24 de maio e mantida hoje é insuficiente e não
recupera o salário de 2001. O Conselho, porém, recusou-se a
discutir e não houve negociação", afirmou. "Agora,
vamos avaliar o resultado da reunião de hoje nas novas assembléias
que deverão ser feitas nas universidades nos próximos
dias".
"Não fizemos balão de
ensaio, e acho que não compreenderam isso", afirmou Macari.
"Apresentamos inicialmente aos docentes e servidores uma
proposta de aumento imediato 4% e subimos para 5%, o máximo possível
neste momento."
A próxima reunião do Cruesp será
dia 14 de junho, também na Reitoria da UNESP. A pauta inclui a
defesa das condições de trabalho e assistência estudantil, dos
direitos dos professores, funcionários e estudantes das
universidades públicas paulistas e do Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza (CEETEPS).
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