O
Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais
Paulistas) apresentou a sua proposta de reajuste e recomposição
salarial após reunião nesta quinta-feira, na Reitoria da
UNESP, com o Fórum das Seis Entidades, que reúne as associações
de docentes e servidores técnicos e administrativos da UNESP,
USP e Unicamp.
A proposta consiste em reajuste imediato de 4% sobre o salário
de maio e reajuste complementar da inflação (IPC-FIPE), ou
seja, 3,79% em outubro de 2005, perfazendo um total de 7,94%.
Ela foi feita com base na previsão de arrecadação do ICMS de
R$37,7 bilhões para o ano de 2005, situada entre as projeções
do CRUESP, de R$37,2 bilhões, e do Fórum das Seis, de R$38,2
bilhões.
Se a arrecadação de ICMS estimada para o ano atingir esses
R$37,7 bilhões, a proposta implicará um comprometimento com
pessoal e reflexos de 90% para a Unicamp, de 87,48% para a UNESP
e de 83,38% para a USP. O Cruesp assumiu ainda o compromisso de
se reunir com o Fórum das Seis Entidades para analisar possível
recuperação salarial, caso a arrecadação ultrapasse R$37,7
bilhões.
Para o professor Milton Vieira do Prado Junior, coordenador do Fórum
das Seis Entidades e presidente da Adunesp, a proposta é
"inaceitável". "Pelos nossos cálculos, o ICMS
deverá crescer 13% acima do ano passado. Estamos decepcionados
com a postura do Cruesp", disse.
Para dia 24 de maio, data de nova rodada de negociações, o Fórum
organiza uma paralisação. De acordo com o andamento dessa
reunião, nas assembléias das associações de professores e
funcionários das três universidades previstas para dia 30, será
discutido o indicativo de greve a partir do dia 31.
Marcos Macari, presidente do Cruesp e reitor da UNESP, acredita
que, com a atual proposta, o Conselho reafirma o seu compromisso
de recomposição dos salários, ao mesmo tempo em que garante
os recursos mínimos necessários para o funcionamento das
universidades estaduais paulistas. "As universidades não
podem assumir compromissos que comprometam a sua manutenção".
A reunião tratou apenas da questão salarial. Apesar disso, o
Cruesp se comprometeu a discutir a partir de junho as demais
reivindicações encaminhadas pelo Fórum, como defesa das condições
de trabalho e assistência estudantil, dos direitos dos
professores, funcionários e alunos, das universidades públicas
paulistas e do Ceeteps (Centro de Educação Estadual Tecnológica
Paula Souza).
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