Ricardo Dias da Costa


Cruesp faz proposta
de reajuste salarial

Demais reivindicações do
Fórum das Seis serão
tratadas a partir de junho

Cruesp: reunião dia 12 de maio
13/05/2005

O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) apresentou a sua proposta de reajuste e recomposição salarial após reunião nesta quinta-feira, na Reitoria da UNESP, com o Fórum das Seis Entidades, que reúne as associações de docentes e servidores técnicos e administrativos da UNESP, USP e Unicamp.

A proposta consiste em reajuste imediato de 4% sobre o salário de maio e reajuste complementar da inflação (IPC-FIPE), ou seja, 3,79% em outubro de 2005, perfazendo um total de 7,94%. Ela foi feita com base na previsão de arrecadação do ICMS de R$37,7 bilhões para o ano de 2005, situada entre as projeções do CRUESP, de R$37,2 bilhões, e do Fórum das Seis, de R$38,2 bilhões.

Se a arrecadação de ICMS estimada para o ano atingir esses R$37,7 bilhões, a proposta implicará um comprometimento com pessoal e reflexos de 90% para a Unicamp, de 87,48% para a UNESP e de 83,38% para a USP. O Cruesp assumiu ainda o compromisso de se reunir com o Fórum das Seis Entidades para analisar possível recuperação salarial, caso a arrecadação ultrapasse R$37,7 bilhões.

Para o professor Milton Vieira do Prado Junior, coordenador do Fórum das Seis Entidades e presidente da Adunesp, a proposta é "inaceitável". "Pelos nossos cálculos, o ICMS deverá crescer 13% acima do ano passado. Estamos decepcionados com a postura do Cruesp", disse.

Para dia 24 de maio, data de nova rodada de negociações, o Fórum organiza uma paralisação. De acordo com o andamento dessa reunião, nas assembléias das associações de professores e funcionários das três universidades previstas para dia 30, será discutido o indicativo de greve a partir do dia 31.

Marcos Macari, presidente do Cruesp e reitor da UNESP, acredita que, com a atual proposta, o Conselho reafirma o seu compromisso de recomposição dos salários, ao mesmo tempo em que garante os recursos mínimos necessários para o funcionamento das universidades estaduais paulistas. "As universidades não podem assumir compromissos que comprometam a sua manutenção".

A reunião tratou apenas da questão salarial. Apesar disso, o Cruesp se comprometeu a discutir a partir de junho as demais reivindicações encaminhadas pelo Fórum, como defesa das condições de trabalho e assistência estudantil, dos direitos dos professores, funcionários e alunos, das universidades públicas paulistas e do Ceeteps (Centro de Educação Estadual Tecnológica Paula Souza).

Oscar D'Ambrosio