Unicamp assume oficialmente hospital em Hortolândia

 [30/1/2006] A Unicamp assumiu oficialmente na sexta-feira, dia 27, o Hospital Municipal e Maternidade Governador Mário Covas, em Hortolândia. Uma equipe médica, composta por 110 médicos – 30% maior do que o observado na administração anterior – e outros 250 funcionários de apoio se revezam para assegurar atendimento de qualidade à população da cidade. A expectativa, segundo o superintendente e médico Edison Bueno é, inicialmente, manter a marca de 18 mil atendimentos por mês e, ao mesmo tempo, equacionar as questões do tempo de espera, principalmente, no Pronto Socorro. Nos casos de urgência, o atendimento está sendo imediato. Já nas ocorrências menos graves, o esforço é para que o tempo de espera não supere uma hora. Dos 68 leitos, disponíveis para internação, 30 estão ocupados. “A idéia é colocar o hospital para funcionamento em sua capacidade plena e trabalhar de forma integrada com o Sistema de Saúde da região”, destaca Bueno.

Inaugurado há um ano e meio, o hospital municipal era administrado pela Prefeitura de Hortolândia. O interesse do município em transferir a administração para a Unicamp teve início em 2005. Em novembro, o convênio foi formalizado e prevê, inicialmente, a gestão por cinco anos, com a possibilidade de renovação. Serão atendidos os casos de pequena e média complexidade, sendo que os casos de alta complexidade serão enviados para o Hospital das Clínicas, em Campinas ou Hospital Estadual de Sumaré. Para manter o seu funcionamento, a Prefeitura irá repassar recursos da ordem de R$ 1, 25 milhão, mas este valor não inclui investimentos para ampliação da capacidade. “Os recursos incluem, apenas, a manutenção dos serviços já existentes. Para investimentos em equipamentos será necessária verba extra e, para isso, ainda não há previsão”, explica.

Uma das principais preocupações no momento, segundo o superintendente, seria eliminar a demanda reprimida de cirurgias eletivas de porte 1 e 2 como, por exemplo, procedimentos ginecológicos e cirurgias de varizes e vesícula, entre outras. Bueno acredita que nos próximos três ou quatro meses já será possível dimensionar o impacto da nova administração nesta área. “Estamos realizando diversos levantamentos para um diagnóstico da real situação dos pacientes internados e daqueles em fila de espera. Até o final da semana já saberemos as principais necessidades”, acredita.

No primeiro dia de funcionamento o fluxo de pessoas esteve abaixo da média. Das sete horas de sexta-feira até sete horas do sábado, foram registrados 320 atendimentos e, outras 90 consultas infantis. O coordenador acredita que o mau tempo contribuiu para a queda na procura. Por enquanto, apenas três partos foram realizados. A moradora do Jardim Amanda, Érica Aparecida de Oliveira pode ser a próxima da fila. Com 39 semanas de gestação, ela foi pela manhã para consulta. A jovem fez todo pré-natal em Monte Mor, mas acabou optando por realizar o parto em Hortolândia com a nova administração. Quando teve sua primeira filha, há dois anos, a cidade ainda não dispunha de maternidade. “Espero que melhore muito”, afirma. Éderson Diego de Souza já pôde perceber a diferença no atendimento. Na semana passada por conta de uma queda teve uma luxação no pé esquerdo e recorreu ao hospital. “Cheguei às 9 horas e uma hora da tarde ainda não tinha sido atendido”, lembra. Hoje retornou e não precisou esperar muito. Chegou por volta das 10 horas e às 11 já estava com a receita em mãos. “O atendimento melhorou. Perguntaram mais coisas e fizeram novas radiografias do meu pé”, comemora o morador do Jardim Campos Verdes.
(Raquel do Carmo Santos)
Fotos: Neldo Cantanti
Edição de imagens: Luis Paulo Silva