
Os
três candidatos que concorrem à
sucessão do reitor Carlos
Henrique de Brito Cruz opinam
sobre autonomia universitária,
planejamento estratégico, orçamento
e avaliação institucional
A
administração
no centro do debate
Nesta
segunda e última
edição especial
dedicada à escolha
do novo reitor, os
três candidatos que
concorrem à sucessão
expõem suas idéias
sobre questões
administrativas. O
engenheiro mecânico
Celso Arruda, o
engenheiro de eletrônica
Edson Moschim e o
engenheiro de
alimentos José
Tadeu Jorge, por
meio de oito questões
formuladas pelo
Jornal da Unicamp,
opinam sobre os
desafios
administrativos do
próximo quadriênio.
Figuram na pauta do
debate, entre outros
temas, a consolidação
da autonomia da
Universidade, o
planejamento estratégico,
a avaliação
institucional, a política
de recursos humanos
e o orçamento. O
primeiro turno das
eleições está
marcado para os dias
16 e 17 deste mês.
Quais
serão os grandes
desafios
administrativos da
Unicamp nos próximos
quatro anos?
Celso
Arruda - Nossa
proposta de trabalho
se restringe a um
ano de atuação na
condição de
reitor, porém não
deixaremos de expor
as dificuldades que
possivelmente se
apresentarão neste
e nos próximos
anos. Garantir a
autonomia da Unicamp
em todos os
sentidos, e nas
esferas federais e
estaduais.
Equacionar a situação
macroeconômica da
nossa receita para
evitar o colapso
financeiro que todos
os gráficos
desenham, e permitir
maior e melhor
desempenho em todas
as áreas da
Unicamp. Implementar
os planos de ação
contidos no programa
ora em execução,
que foi debatido,
aprovado e eleito
pela comunidade acadêmica.
Não podemos correr
o risco de, neste
quarto ano de gestão,
ficarem adormecidas
as mais difíceis
realizações
previstas para este
período.
Edson
Moschim -Na
minha opinião, os
pontos que deverão
ser um desafio para
a
administração são:
1) avaliação do
impacto que a futura
reforma universitária,
do atual governo
federal, poderá ter
na autonomia
universitária das
universidades
paulistas. Ainda não
sabemos como será
esta reforma, pois
temos até o final
deste mês para
contribuir, mas o
engessamento
derivado do
anteprojeto atual,
com relação à
autonomia universitária,
tem provocado certa
inquietação na
comunidade acadêmica;
2) avaliação do
Plano Diretor para o
desenvolvimento do
Ensino Superior Público
do Estado de São
Paulo, plano este
que está sendo
proposto pelo
governo do Estado de
São Paulo e que
mexe realmente com a
autonomia universitária
das universidades
paulistas em vários
níveis. Um
documento sobre as
diretrizes gerais
para o plano de ação
já se encontra
disponível a todos;
3) outro desafio,
particularmente para
nós da Unicamp, será
no campo financeiro,
sobretudo no que diz
respeito à questão
do equacionamento da
nossa atual
cota-parte do ICMS
com a folha de
pagamento dos
servidores ativos e
aposentados.
A reforma tributária
anunciada pelo
governo federal
poderá trazer um
impacto – negativo
ou positivo – na
arrecadação do
ICMS. Uma simulação
feita pelo Confaz
(Conselho Nacional
de Política Fazendária)
mostrou que o Estado
de São Paulo perderá
R$ 1,63 bilhão de
ICMS, pelo novo
modelo de tributação
das exportações,
proposto pelo Ministério
da Fazenda; e,
finalmente, 4) a
questão da previdência.
Todas as vezes que
nossos governantes
mexem nessa ferida,
triplica o número
de professores
aposentados num único
golpe. Isso gera uma
preocupação
constante, porque
temos que repor o
quadro de
professores e temos
uma única folha de
pagamento. Ainda bem
que é única; caso
contrário, qual o
cenário que se
descortina para os
aposentados?
José
Tadeu Jorge -Os
desafios começam
pelas prioridades
acadêmicas, que num
dado momento se
transformam em questões
administrativas, e
continuam nos
desafios
intrinsecamente de
gestão. Por
exemplo, algumas de
nossas prioridades
passam pelo
aprimoramento dos
cursos de graduação
e pela melhoria de
sua infra-estrutura,
pelo esforço por
mais bolsas de pós-graduação,
pelo estímulo às
atividades de extensão,
pela intensificação
do vínculo
ensino-pesquisa, por
uma política
cultural mais
integrada e pela
implantação
definitiva de nosso
modelo de
planejamento estratégico,
em estreita relação
com a avaliação
institucional e com
o processo de expansão
da Universidade. No
plano puramente
administrativo, eu
diria que um grande
e instigante desafio
será o de planejar
o orçamento
estabelecendo e
explicitando a relação
entre avaliação,
planejamento e
expansão, com a
necessária
racionalização
organizacional das
operações
administrativas e técnicas.
Como
a sua administração
vai enfrentar esses
desafios?
Celso
Arruda -
Restaurando o ânimo
na Unicamp, mantendo
exatamente a mesma
equipe de docentes
nos cargos
administrativos,
exceção feita à
coordenação do
DGRH. Dentro do
entendimento que
tais docentes estão
trabalhando para o
sucesso da Unicamp.
Valorizando a já
consolidada
estrutura
administrativa e o
alto grau de
profissionalismo
alcançado nesta
Universidade.
Utilizando para
execução da plena
gestão do programa
ora em vigência, os
meios e recursos
administrativos
gerenciais modernos
e eficientes, alcançados
nesse passado
recente.
Fortalecendo a
autonomia ao buscar
a transformação do
decreto de vinculação
orçamentária em
lei estadual. Nessa
mesma oportunidade,
lutando pela justa
correção do
percentual destinado
à Unicamp, face à
baixa faixa etária
do nosso quadro de
servidores, docentes
e não-docentes, à
época do decreto da
autonomia.
Edson
Moschim -Primeiramente,
precisamos estar
atentos a esses
movimentos. Com relação
à reforma universitária
federal, estaremos
contribuindo para o
texto final e
colocando o exemplo
das universidades públicas
paulistas como um
modelo de referência.
Isto é possível
fazer, sem cair na
tentação de entrar
na fogueira das
vaidades. Temos
cacife para isto.
Com relação à
reforma estadual, se
assim posso dizer,
estamos já
envolvidos com ela
através de grupos
de trabalho.
Portanto, qualquer
solução tomada
passará pelos órgãos
das universidades públicas
paulistas. Com relação
ao imposto ICMS, é
preciso aguardar as
novas regras e
avaliar de fato seu
impacto na
cota-parte das
universidades. E,
finalmente, com relação
à previdência,
precisamos
desenvolver
mecanismos que nos
possibilitem manter
o equilíbrio entre
a folha de pagamento
e uma universidade
gratuita e de
qualidade.
José
Tadeu Jorge -Os
temas acadêmicos,
longe de serem
abstratos, exigem um
grande esforço das
unidades, das câmaras,
do Consu e da
administração
central. Freqüentemente
requerem obras físicas
novas, a remodelação
de instalações, o
reequipamento de
laboratórios e de
salas de aula etc.
Temos um plano de
obras em andamento e
um planejamento
estratégico cuja
implantação é uma
das grandes metas em
perspectiva; outra
será aperfeiçoar a
qualificação orçamentária
de acordo com critérios
de qualidade. Para
isso, implantar a
gestão estratégica
revendo a cada passo
as estratégias e
prioridades da
Universidade é
absolutamente
essencial. Outras
prioridades, algumas
ditadas pelo cenário
externo, vão exigir
da administração
uma grande atenção
e muito empenho. Por
exemplo, a constituição
do fundo previdenciário
do Estado é um capítulo
da reforma da Previdência
ainda não escrito.
Como só os entes
federados (União,
estados e municípios)
podem constituir
fundos de pensão e
aposentadoria, a
perspectiva é de
que as universidades
públicas fiquem no
âmbito dos fundos
estaduais. A Unicamp
estará muito
presente nessa
discussão e vai
defender ali os
interesses de nossa
comunidade.
A
autonomia foi uma
conquista importante
e parece haver
consenso sobre a
necessidade de
preservá-la. Em sua
opinião, a
autonomia da
Unicamp, assim como
das demais
universidades públicas
paulistas, já está
consolidada? Ela
ainda corre riscos?
Celso
Arruda - Sim,
corre os riscos
citados nas
respostas
anteriores. Ou seja,
vínculo político
frágil, isso por se
tratar de decreto
governamental e não
de uma lei, e
compromisso de
percentual de ICMS
inferior à
realidade atualmente
praticada. Acrescido
das dificuldades de
se repor o quadro de
servidores docentes
e não-docentes face
à baixa média da
faixa etária na época
do decreto da
autonomia.
Edson
Moschim -A
Universidade
Estadual de Campinas
e as demais
universidades
estaduais paulistas
conquistaram a
autonomia de gestão
e financeira a
partir de 1989. Foi
um ganho precioso.
Foi também um
risco. Não sabíamos
como seria do futuro
do Brasil. Hoje,
passados quase 16
anos, constatamos
que a opção foi
acertada.
Entretanto, foi
preciso muita luta
para nos
convencermos disso.
Esta é a diferença
entre a autonomia
das universidades públicas
paulistas e a
autonomia que o
governo federal
pretende implantar
nas universidades públicas
federais, através
da reforma universitária.
Como nossa autonomia
foi adquirida com um
trabalho árduo mas
construtivo, tenho
certeza de que
sempre a prezaremos,
lutando para
consolidar cada vez
mais essa conquista.
Acho que a autonomia
das universidades públicas
paulistas será
consumada quando um
docente desconhecido
assumir a reitoria.
Esse voto de confiança
dado pela comunidade
será a confirmação
da autonomia
universitária.
José
Tadeu Jorge -O
consenso em torno da
autonomia existe não
apenas nas
universidades, mas
também no governo e
na própria
sociedade. Os
indicadores de
qualidade demonstram
o acerto da outorga
da autonomia em
1989. Basta comparar
os números daquele
ano com os de 2004.
Houve uma grande
expansão em todos
os indicadores,
sobretudo os acadêmicos,
com um notável
aumento da
produtividade. Por
exemplo, os cursos
de graduação
saltaram de 34 para
57, os programas de
pós-graduação de
73 para 120, o número
de vagas na graduação
dobrou desde então
e o número de
alunos matriculados
na graduação e na
pós praticamente
triplicou.
Entretanto, se a prática
da autonomia
financeira
demonstrou estar
consolidada, seu
estatuto legal, não.
Continua ainda na
forma de um decreto,
renovável ano a ano
pela Assembléia
Legislativa do
Estado. Uma forte
prioridade das
estaduais segue
sendo, portanto, a
de defender a
transformação
desses decretos em
dispositivo
constitucional, para
que a autonomia
tenha garantias de
durabilidade e não
seja ameaçada por
oscilações políticas
mais adiante.
“É
preciso
equacionar a
situação
macroeconômica
da nossa
receita para
evitar o
colapso
financeiro
que todos os
gráficos
desenham, e
permitir
maior e
melhor
desempenho
em todas as
áreas da
Unicamp.
Implementar
os planos de
ação
contidos no
programa ora
em execução,
que foi
debatido,
aprovado e
eleito pela
comunidade
acadêmica.
Não podemos
correr o
risco de,
neste quarto
ano de gestão,
ficarem
adormecidas
as mais difíceis
realizações
previstas
para este
período”
Celso
Arruda
|
“Na
questão da
previdência,
todas as
vezes que
nossos
governantes
mexem nessa
ferida,
triplica o número
de
professores
aposentados
num único
golpe. Isso
gera uma
preocupação
constante,
porque temos
que repor o
quadro de
professores
e temos uma
única folha
de
pagamento.
Ainda bem
que é única;
caso contrário,
qual o cenário
que se
descortina
para os
aposentados?
Edson
Moschim
|
“Algumas
de nossas
prioridades
passam pelo
aprimoramento
dos cursos
de graduação
e pela
melhoria de
sua
infra-estrutura,
pelo esforço
por mais
bolsas de pós-graduação,
pelo estímulo
às
atividades
de extensão,
pela
intensificação
do vínculo
ensino-pesquisa,
por uma política
cultural
mais
integrada e
pela
implantação
definitiva
de nosso
modelo de
planejamento
estratégico,
em estreita
relação
com a avaliação
institucional
e com o
processo de
expansão da
Universidade”
José
Tadeu Jorge
|

A partir de 2002
implantou-se o Planes, o
planejamento estratégico
da Unicamp.
O sr. daria continuidade
a esse projeto?
Celso
Arruda - O
planejamento estratégico
na Unicamp foi iniciado
em 2000, com o nome de
Planejamento Estratégico
Institucional (PEI) e
foi um dos marcos da
gestão anterior. Não
é possível pensar no
futuro de uma instituição,
como a Unicamp sem um
planejamento estratégico,
o qual deve vir
associado a um plano
diretor conforme
proposto no programa
ANIMUS UNICAMP. Dar
continuidade a tal
projeto está
intimamente ligado ao
que chamamos de
mandato-tampão.
Edson
Moschim -Acho que o
Planes, Planejamento
Estratégico, em
implantação na Unicamp
desde 2002, é uma coisa
positiva e sadia para
fortalecermos uma
instituição social
como é a Unicamp. É
importante para um
sistema produtivo, como
a universidade, ter
estratégias para se
avaliar, se organizar,
se planejar, e se
redirecionar seu foco
sempre, caso necessário.
Pensar no futuro é
importante. Como prega a
direção do STU
(Sindicato de
Trabalhadores da
Unicamp), o Planes deve
ser um instrumento para
pensar a universidade
com participação
democrática, inclusive
da comunidade externa.
Caso eleito reitor,
ampliarei o Planes para
todas as áreas de ação
que consolidem a
institucionalização, a
autonomia, a transparência
e a excelência
universitárias.
José
Tadeu Jorge - O
Planejamento Estratégico
é uma prioridade desde
2002 e continuará sendo
pelos anos seguintes,
pois é um processo em
construção contínua e
a rigor não se conclui.
Até aqui, o Planes
cumpriu rigorosamente um
calendário que
culminou, no fim de
2004, com o processo de
avaliação interna nas
unidades. Consolidado
antes o processo de
avaliação
institucional dos
centros e núcleos
interdisciplinares de
pesquisa, deu-se início
também à avaliação
dos órgãos da
administração pelos
usuários. Essa
iniciativa procurou
estabelecer na Unicamp
uma prática pouco usual
nos órgãos da
administração pública,
que é a de ouvir a
comunidade para, a
partir daí, definir
estratégias de gestão.
Como resultado da avaliação
institucional e do
planejamento estratégico,
já foi possível
estabelecer para o orçamento
de 2005 rubricas
vinculadas, mais um
passo dentro do processo
de qualificação orçamentária.
A próxima gestão deverá
estabelecer e explicitar
a relação entre avaliação/planejamento
e expansão, com a
necessária racionalização
organizacional das operações
administrativas e técnicas.
A implantação das ações
fixadas no Planes será
uma das grandes metas
para o quadriênio que
se segue. Outra será
aperfeiçoar a qualificação
orçamentária de acordo
com critérios de
qualidade.
O
Consu aprovou um projeto
de avaliação
institucional cujo
calendário está em
curso. O sr. o manteria?
Considera a avaliação
importante?
Celso
Arruda - Sim. A
avaliação é sempre
bem-vinda, especialmente
quando envolve opiniões
de críticos externos,
porém conhecedores dos
valores acadêmicos, e
enquanto se
caracterizarem como legítimos
representantes da
sociedade que mantém a
Unicamp.
Edson
Moschim - É
importante manter este
calendário. Não
podemos mexer em time
que está ganhando, a não
ser que estejam todos
cansados. Acho
importante a avaliação
institucional. Ela nos dá
informações de como
está a saúde da
universidade. Ela mostra
os gargalos da instituição,
o que está certo e que
está errado. Ela nos
oferece parâmetros para
seu melhoramento, se
necessário. A avaliação
continuada significa o
olhar em direção a uma
universidade justa sob
todos os pontos de
vista, inclusive o
social.
José
Tadeu Jorge - Sem a
menor dúvida. Estou
certo de que o
planejamento estratégico
começa a fazer parte da
cultura da Unicamp e será
um de seus marcos de
excelência, assim como
historicamente já o são
a qualidade de seu
ensino e a densidade de
sua pesquisa. É um
programa com ações e
princípios, metas e
calendário. Contudo não
é um processo estanque.
Ele permite rever as
estratégias e
prioridades da
Universidade. E, ao
longo do tempo, definirá
indicadores que lhe
permitirão ser
continuamente
qualificado.
Em
termos gerais, qual será
sua política de
recursos humanos?
Celso
Arruda - Aquela que
contempla a atualização
técnica, científica,
cultural e artística
permanente de cada um de
nós.
Edson
Moschim -A política
de RH da atual reitoria
é boa e, caso eleito
reitor, daremos
continuidade a ela.
Precisamos deixar
bem-definidos os perfis
de evolução da
carreira dos funcionários,
tanto na horizontal como
na vertical. Caso eleito
reitor, minha política
de recursos humanos será
uma política aberta e
participativa, onde as
questões cruciais serão
discutidas com todos os
atores interessados,
mantendo uma sintonia
entre os representados e
representantes. Iremos
encontrar uma maneira de
esse processo ficar mais
transparente a toda
comunidade da Unicamp.
Com relação aos
funcionários, irei
propor o preenchimento,
através de concurso,
das vagas disponíveis
que acharmos necessárias
para a operação da
universidade. Com relação
ao quadro de
professores, tentarei
convencer meus pares a
adotarem somente o
concurso público como
porta de entrada na
carreira docente.
José
Tadeu Jorge - O
programa Bons tempos
assumiu a política de
Recursos Humanos como
uma de suas grandes
estratégias para a
evolução qualitativa
da instituição. Foram
realizadas várias ações
no âmbito do aperfeiçoamento
profissional,
reestruturando-se para
isso a Agência de Formação
Profissional e
criando-se cursos específicos
para os diferentes níveis
funcionais. Ao mesmo
tempo resgatou-se o
compromisso de implantar
uma nova carreira
funcional, com critérios
e procedimentos
adequados,
respeitando-se as trajetórias
de cada funcionário e
certificando-se os órgãos
de cada segmento com
programas de revisão de
competências.
A gestão Unicamp sempre
melhor dará seqüência
a esse processo,
qualificando-o e
ampliando-o. A carreira
de funcionários tem
hoje 85% de adesão. O
próximo passo em relação
à carreira será o seu
fortalecimento através
da avaliação de
desempenho. Em paralelo
avançaremos no processo
de qualificação
profissional,
completando o tripé da
valorização dos
servidores da Unicamp
“A
avaliação é
sempre
bem-vinda,
especialmente
quando envolve
opiniões de
críticos
externos, porém
conhecedores
dos valores
acadêmicos, e
enquanto se
caracterizarem
como legítimos
representantes
da sociedade
que mantém a
Unicamp”
Celso
Arruda
|
“Acho
importante a
avaliação
institucional.
Ela nos dá
informações
de como está
a saúde da
universidade.
Ela mostra os
gargalos da
instituição,
o que está
certo e que
está errado.
Ela nos
oferece parâmetros
para seu
melhoramento,
se necessário”
Edson
Moschim
|
“Estou
certo de que o
planejamento
estratégico
começa a
fazer parte da
cultura da
Unicamp e será
um de seus
marcos de
excelência,
assim como
historicamente
já o são a
qualidade de
seu ensino e a
densidade de
sua
pesquisa”
José
Tadeu Jorge
|

Todos
os programas falam em
capacitação dos
funcionários da
Universidade. Qual será
sua política nesse
sentido?
Celso
Arruda - No caso
específico dos
servidores não-docentes,
recorrendo à Agência
de Formação
Profissional a fim de
levantar as demandas,
propor os cursos,
palestras e
treinamentos. Atividades
a serem realizadas com
recursos previamente
destinados para tal
finalidade, pelo orçamento
aprovado no Conselho
Universitário e com
verbas extra-orçamentárias
oriundas da Extensão.
Edson
Moschim -A valorização
do funcionário da
Unicamp é fundamental
para termos um bom
ambiente de trabalho.
Acho que quando alguém
está feliz com o salário,
trabalha com amor, dá
valor ao que faz. No
item 18 do meu programa
de gestão, eu coloco
esta questão. Acho que
a valorização do
funcionário deve ser
pautada pelas seguintes
propriedades: sua formação
profissional, sua
escolaridade e também
– e isto é um item
importante – sua
experiência
profissional.
Caso eleito reitor, irei
incentivar todos os
funcionários a
investirem no seu
potencial de trabalho. A
política de qualificação
e de formação de
funcionários será
estendida a todos os
funcionários. Vamos
descobrir e colocar à
disposição da Unicamp
os valores que cada
funcionário tem.
José
Tadeu Jorge - A
Unicamp avançou muito
em termos de qualificação
dos servidores,
sobretudo depois da
integração dessa política
com os programas de
recursos humanos e ao
escopo do Planes. Seu
desenvolvimento é um
dos pontos altos de
nosso programa e o
objetivo é estender a
toda a Universidade o
alcance de seus cursos e
programas de capacitação.
Esse trabalho deverá
contar com a participação
de vários de nossos
funcionários com experiência
técnica e cultural
reconhecida. Da mesma
forma que as unidades de
ensino contam com um
corpo docente altamente
qualificado, capaz de
produzir conhecimento
nas várias áreas do
saber, a Unicamp dispõe
de muitas competências
no conjunto de seus
funcionários, muitos
deles titulados e
capazes de produzir
conhecimento gerencial,
administrativo e técnico.
Identificar essas competências,
viabilizar a disseminação
de seus conhecimentos e
envolvê-las no
aprimoramento dos demais
funcionários é uma das
atividades que já foi
iniciada no programa
anterior e terá
continuidade neste.
A Unicamp
compromete hoje
aproximadamente 90% de
seu orçamento com a
folha de pagamentos.
Como compatibilizar esse
comprometimento com a
necessidade de manter os
salários atualizados?
Celso
Arruda - Com o
aumento das verbas orçamentárias
advindas do novo
percentual do ICMS e com
um adicional de cunho
previdenciário para
honrar o pagamento dos
aposentados. Buscando
tais recursos junto ao
governo do Estado para
garantir aos servidores
da Unicamp, docentes e não
docentes, seus
proventos, e desonerando
o orçamento do
compromisso com o
pagamento dos
aposentados, porém sem
criar uma segunda lista
para tal fim. Entendendo
que o dia em que
existirem duas folhas de
pagamento distintas, os
aposentados sofrerão as
conseqüências dessa
cruel decisão.
Edson
Moschim -O
comprometimento de 90%
dos recursos financeiros
com a folha de pagamento
não é o melhor dos
mundos. É algo que
pensamos ser transitório.
Entretanto, o que era
para ser transitório
vem se prolongando mais
que o desejado, acenando
inclusive para uma
continuidade. Sempre
falamos de 85% como uma
situação limite e 75%
como uma situação ótima.
A regulamentação dos
9,57% na Constituição
em forma de lei
consolida a autonomia
financeira das
universidades paulistas.
É pouco? Tudo depende
da saúde da economia
brasileira,
principalmente da
paulista. Até agora
conseguimos sobreviver
com isto, mas ainda não
comemos o filé mignon.
Espero que cheguemos lá.
Se a política do atual
governo de ir zerando a
cota do ICMS para alguns
produtos não for
perversa e a economia se
firmar, com certeza
estaremos numa situação
privilegiada.
Quando falo em meu
programa de gestão de
procurar evitar greves
salariais e manter salários
compatíveis, convoco
meus pares e funcionários
para que pensemos numa
solução conjunta.
Minha política é de
cooperação e não de
competição. Para mim,
melhor do que ser
vencedor é servir.
José
Tadeu Jorge - Com ou
sem injunções econômicas,
a preservação do poder
de compra dos salários
e, quando possível, sua
recuperação, devem ser
claramente colocados
como um princípio e um
objetivo a ser cumprido.
Isso está claro no
programa de 2002 e
continua a ser um ponto
importante no programa
Unicamp sempre melhor.
Entre maio de 2002 e
janeiro de 2005, os salários
na Unicamp foram
reajustados quatro
vezes, totalizando uma
atualização salarial
de 32,33% contra uma
inflação Fipe de
26,32% no período. O
poder de compra dos salários
foi, portanto, mantido,
registrando-se um ganho
real de 4,76% mesmo
considerando-se o quadro
de incertezas e de forte
retração econômica de
2003.
As discussões salariais
a partir da autonomia de
gestão financeira e
sobretudo nos últimos
anos, com a qualificação
do orçamento e a
visibilidade orçamentária,
tornaram-se muito mais
francas e objetivas. A
proposta orçamentária
é amplamente divulgada
e os números são de
conhecimento geral,
refletindo o
comportamento das
receitas e despesas da
Universidade. De resto,
a experiência tem
mostrado que dispor de
um orçamento com total
visibilidade é um
instrumento facilitador
do diálogo entre as
entidades sindicais e a
administração
universitária. Estar
aberto ao diálogo e
cumprir acordos
estabelecidos em mesa de
negociação são outros
elementos facilitadores.
Esse esforço de diálogo
institucional parte do
entendimento de que
devemos manter em nossos
quadros as melhores
equipes profissionais em
cada área de atuação,
pois dessa forma a
instituição estará
assegurando a qualidade
de suas atividades.
“A
saída para o
comprometimento
do orçamento
com a folha de
pagamento pode
ser o aumento
das verbas orçamentárias
advindas do
novo
percentual do
ICMS e um
adicional de
cunho
previdenciário
para honrar o
pagamento dos
aposentados.
É preciso
buscar tais
recursos junto
ao governo do
Estado para
garantir aos
servidores da
Unicamp,
docentes e não-docentes,
seus
proventos”
Celso
Arruda
|
“O
comprometimento
de 90% dos
recursos
financeiros
com a folha de
pagamento não
é o melhor
dos mundos. É
algo que
pensamos ser
transitório.
Entretanto, o
que era para
ser transitório
vem se
prolongando
mais que o
desejado,
acenando
inclusive para
uma
continuidade.
Sempre falamos
em 85% como
uma situação
limite e 75%
como uma situação
ótima”
Edson
Moschim
|
“Com
ou sem injunções
econômicas, a
preservação
do poder de
compra dos salários
e, quando possível,
sua recuperação,
devem ser
claramente
colocados como
um princípio
e um objetivo
a ser
cumprido. Isso
está claro no
programa de
2002 e
continua a ser
um ponto
importante no
programa
Unicamp sempre
melhor”
José
Tadeu Jorge
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